MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera com volatilidade entre altas e baixas nesta manhã. Mais cedo, a Bolsa registrava alta impulsionada pelas ações das instituições financeiras e de seguradoras, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subir a taxa de juros, na véspera, em 0,75 ponto porcentual, e elevando a de 3,5% para 4,25% ao ano.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,91%, aos 128.075,31 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,76%, aos 128.905 pontos.

O colegiado sinalizou a possibilidade de um novo aumento acima de 0,75 ponto porcentual, na reunião de agosto, caso haja pressão inflacionária.

Mais cedo, os bancos tinham forte valorização beneficiados pela alta de juros, mas desaceleram o ganho.  Os papéis do Itaú (ITUB4) avançavam 0,90%; Bradesco (BBDC3 e BBDC4) ganhavam 0,71% e 0,71%, respectivamente; Santander (SANB11) tinham alta de mais de 2,00% e mudavam de direção e perdiam 0,37%.

Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, o mercado continuará repercutindo as decisões do Fed e em relação ao Copom “acredito que não vai impactar tanto o mercado hoje porque já era esperado 0,75 pp”, afirma. Mas enxerga que “a Bolsa terá uma leve queda”.

Para a próxima reunião em agosto, o Copom sinalizou que vai repetir o aumento. “Acredito que a alta seja de 1 ponto porcentual”, reforça Friedrich.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real, renovando mínimas sucessivas, com investidores domésticos digerindo os sinais dados pelo Copom ontem, no qual adiantou que deverá subir a taxa Selic em 0,75 ponto percentual (pp) na próxima reunião, em agosto. A alta, que deverá ser a quarta seguida, poderá ser até maior do que a sinalizada em meio à pressão inflacionária. Em contrapartida, o dólar tem valorização global após o banco central dos Estados Unidos sinalizar que poderá subir a taxa de juros por lá antes do previsto.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,71%, cotado a R$ 5,0240 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,59%, cotado a R$ 5,030.

O economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, avalia que o mercado opera “sentindo a ressaca” dos bancos centrais. Para ele, a decisão do Copom veio em linha com o esperado e é “bem recebida” pelo mercado, que já pedia “uma postura mais firme” do Banco Central (BC) com relação à inflação.

“Além de entregar o que investidores haviam antecipado, o Copom também deixou a porta aberta para uma abordagem ainda mais firme caso haja uma deterioração adicional das expectativas até a reunião de agosto”, pondera.

A equipe da mesa de câmbio da Travelex Bank destaca que, com a elevação da taxa de juros, o Brasil deve atrair ainda mais capital estrangeiro. “E consequentemente, [atrair] a entrada de dólar no país, dando força ao real”, diz. Ontem, com a forte entrada de um fluxo de recursos estrangeiros, a moeda ficou abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde junho de 2020.

Ainda sobre a decisão do Copom, que elevou a taxa básica de juros pela terceira vez seguida, indo a 4,25% ao ano, o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, ressalta que o BC indicou que, em agosto, provavelmente promoverá uma nova alta de 0,75 pp e, em uma mudança de tom, reiterou que caso as expectativas de inflação continuem piorando, poderá ser necessário acelerar o ritmo de normalização monetária.

“O que abre porta para um aperto ainda mais rápido”, diz, acrescentando que mais detalhes deverão vir na ata da reunião, a ser divulgada na próxima semana.

Lá fora, o dólar tem valorização global após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sinalizar que irá precisar subir os juros ou retirar estímulos da economia mais cedo do que o esperado devido à inflação, ressalta a equipe da Travelex Bank. Ontem, no comunicado de decisão de política monetária, o Fed elevou a projeção para a inflação de 2021 e afirmou que deve elevar o juro antes de 2024, o que era previsto.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em forte alta com os investidores promovendo ajustes em suas posições depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) ter elevado a taxa básica de juro e endurecido o discurso em relação a seus próximos passos no sentido de tentar controlar a inflação.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,560%, de 5,435% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,115%, de 7,03%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,07%, de 7,98% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,48%, de 8,41%, na mesma comparação.