MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue o movimento queda pressionado pelas ações da Vale e das commodities ligadas ao minério de ferro, após a China indicar que pretender vender parte das reservas nacionais dos principais metais para conter o aumento nos preços.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,21%, aos 129.808,37 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,20%, aos 129.745 pontos.

Os investidores seguem cautelosos em relação às decisões sobre a política monetária definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). Nos Estados Unidos, a divulgação será às 15h, em seguida discursa a autoridade monetária, Jerome Powell, e por aqui o anúncio vem após o fechamento do mercado.

Para José Claudio de Oliveira, operador de renda variável da Commor Corretora, as ações da Vale, que representam quase 14% do índice estão pressionando o Ibovespa na sessão de hoje e empurram as outras commodities. “O mercado está mais setorial e trabalhando com cautela”, afirma.

O operador de renda variável da Commor comenta que as atenções do mercado estão voltadas, principalmente, para o discurso de Jerome Powell. “Existe um consenso de que a taxa se manterá inalterada e até por um período mais longo. A dúvida será o ritmo da compra de títulos”. Em relação ao Copom ressalta que “a elevação será de 0,75 pp”. A Selic está atualmente em 3,50%.

Para o estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, o mercado está dividido sobre a sinalização do banco central norte-americano sobre a política monetária. “Se vai indicar agora a retirada de estímulos ou deixará para o evento de agosto, nos Estados Unidos. Se sinalizar agora como vai ser essa comunicação, como vai ser a velocidade disso e de que maneira isso vai acontecer”.

Villegas acrescenta que “a grande surpresa seria se o banco central optasse em iniciar parte desse processo no curto prazo e isso poderia trazer uma reação mais negativa aos ativos de risco”.

Em relação ao Copom, Villegas acredita em uma elevação da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, em 0,75 ponto porcentual. “Cresceram, nos últimos dias, as apostas em que essa alta seja de 1,00 ponto porcentual e a uma retirada do ajuste parcial”.

No Brasil, está no radar dos investidores a votação para hoje da Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras, no Plenário do Senado. A MP está próxima ao prazo limite de validade, dia 22 de junho. Na véspera as ações da Eletrobras (ELET 3 e ELET6) tiveram forte queda e na sessão de hoje seguem o movimento negativo, de 0,20% e 1,35%, respectivamente.

Oliveira afirma que “existe um grande empenho para a definição da MP da Eletrobras antes do prazo. Hoje vemos um movimento de cautela por parte dos investidores em relação às ações da estatal.

O dólar comercial não só acelerou as perdas frente ao real como também rompeu a chamada barreira psicológica e opera abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde 10 de junho do ano passado, em meio à entrada de fluxo estrangeiro antes da decisão do Copom. A aposta majoritária é de o Banco Central (BC) deverá elevar a taxa básica de juros (Selic) pela terceira vez seguida em 0,75 ponto percentual (pp).

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,69%, cotado a R$ 5,0070 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,69%, cotado a R$ 5,015.

“Entrou um fluxo no mercado doméstico vindo das recentes captações externas. Além de investidores estrangeiros estarem de olho na alta da nossa taxa de juros”, comenta o diretor de uma corretora nacional.

O trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani, destaca que, lá fora, o comportamento é de precaução, consequência da espera pelos anúncios do Fed. “Com isso, verifica-se que o índice DXY, que compara o dólar frente à seis divisas, cede na sessão”, diz. enquanto aqui, o mercado aguarda pelo Copom. “A maioria das apostas gira em torno de um aumento em 0,75 pp na Selic.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda na manhã de hoje acompanhando o recuo do dólar em relação ao real em um dia no qual os investidores aguardam as decisões de política monetária aguardadas para mais tarde no Brasil e nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,385%, de 5,395% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,945%, de 6,975%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,92%, de 7,98% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,32%, de 8,42%, na mesma comparação.