MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

315
Foto: Edrod / freeimages.com

São Paulo – A Bolsa engata movimento de alta impulsionada pelas ações de Petrobras e varejistas e com os investidores focados nos discursos de membros do Federal Reserve (banco central norte-americano) ao longo do dia e seguem com cautela à espera de dados econômicos dos Estados Unidos que serão divulgados durante a semana, e podem sinalizar um aumento antecipado nos juros do país.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,55%, aos 123.269,98 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava avanço de 0,59%, aos 123.490 pontos.

Os analistas da Terra Investimentos comentam que o mercado acionário no Brasil “acompanha a recuperação das bolsas internacionais com uma agenda repleta de indicadores [que serão divulgados durante a semana], que mantém no radar a discussão sobre inflação global em que o Federal Reserve deve começar a reduzir as compras de ativos nos Estados Unidos”.

Na visão de Filipe Villegas, estrategista em ações da Genial Investimentos, “os mercados internacionais continuam a oscilar entre o otimismo da recuperação econômica, por conta da liquidez global abundante”.

Mas ele alerta que, por outro lado, está “precificando a cada dia o risco de uma aceleração inflacionária, o que poderia levar à retirada prematura da liquidez por parte do banco central norte-americano”.

Para os analistas da Terra Investimentos, os papéis das varejistas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VVAR3) e Lojas Americanas (LAME4), que sobem 5,55% 4,38% e 4,38% respectivamente, empurram o índice para cima. Para a equipe de analistas da Terra essa alta é atribuída a possível injeção de verba do governo por meio m novo auxílio emergencial, além do “forte ganho das ações do Banco Inter com a proposta da Stone [empresa de maquininhas] para a entrada na base acionária da empresa”. As ações do Banco Inter (BIDI11) avançam para mais de 15%.

Os papéis da Petrobras (PETR3 e (PETR4) também apresentam ganho de 0,35% e 1,27% com a alta do petróleo em 2,63%. “O Irã disse que ainda existe diferenças entre as partes e estariam buscando um acordo nuclear”. O Irã tem sido um tema recente sobre a questão do petróleo, enfatiza o estrategista da Genial Investimentos.

O estrategista em ações da Genial Investimentos afirma que o dia é bom para a performance dos ativos de riscos mundiais. “O destaque negativo está para o desempenho das commodities metálicas com a China intensificando ainda mais a repreensão à especulação, o que acaba pesando sobre o preço de algumas matérias-primas [o aço caiu mais de 5% e o minério de ferro recua perto do seu limite diário]”.

As ações da Vale (VALE) caem 0,98% e da Usiminas (USIM5) perdem 2, 31%.

Ele comenta sobre a elevada volatilidade das criptomoedas no fim de semana, iniciado recentemente com o movimento de queda das bitcoins.

No Brasil, os presidentes da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), discutem hoje a reforma tributária com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

No Congresso, a Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) pode votar ainda esta semana a reforma administrativa. E o presidente do Senado deve anunciar o nome do relator da medida provisória (MP) da privatização da Eletrobras.

O único depoimento previsto na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid é para amanhã da secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiros. O senador o senador Otto Alencar (PSD-BA) e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disseram que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e o ex-ministro da pasta, Eduardo Pazuello e Fabio Wajngarten devem ser convocados novamente para novos depoimentos.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real acompanhando o exterior, onde a moeda estrangeira perde terreno para os pares e para as principais divisas de países emergentes, o que levou o rendimento das treasuries às mínimas da sessão. Aqui, um viés de ajuste corrobora para a queda da moeda, que ainda opera acima de R$ 5,30.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,57%, cotado a R$ 5,3230 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,68%, cotado a R$ 5,327.

O diretor de uma corretora nacional destaca que o movimento local acompanha o exterior, onde o dólar perde valor em meio ao ambiente mais positivo, o que leva ao recuo dos rendimentos das taxas futuras de juros dos títulos do governo norte-americano (treasuries), com o vencimento de 10 anos (T-Note) operando abaixo de 1,60%.

A economista-chefe da Consulenza Investimentos, Helena Veronese, reforça a sessão positiva no exterior e acrescenta que, por lá, a semana é de expectativas em torno das falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “O mercado aguarda o início do processo de normalização das condições monetárias por lá, o que não necessariamente acontecerá via alta de juros”, pontua.

Aqui, Veronese ressalta que as atenções se voltam para os números de inflação ao longo da semana, com o IPCA-15 – prévia da inflação oficial – eo IGP-M, ambos de maio. Enquanto na política, o foco segue na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 e em eventuais sinalizações de avanços da agenda reformista.

“E especula-se que o governo esteja preparando uma PEC para prolongar o pagamento do auxílio emergencial, uma proposta ainda em discussão e que deve ser enviada ao Congresso nos próximos dias”, acrescenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm viés de alta com os investidores reagindo a notícias referentes a discussões sobre a extensão do auxílio emergencial a famílias de baixa renda afetadas pela pandema. O atual programa de auxílio emergencial está programado para durar até agosto, mas há mobilização no Congresso para que a ajuda financeira seja estendida em meio a temores de que uma terceira onda de covid-19 atinja o Brasil.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,035%, de 5,00% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,77%, de 6,75%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,25%, de 8,19% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,83%, de 8,78%, na mesma comparação.