MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Pexels

São Paulo – O Ibovespa opera com forte volatilidade na sessão diante de ativos de empresas com preços atrativos se comparado com os resultados financeiros apresentados e uma incerteza global que vem puxando as bolsas norte-americanas para baixo e trazendo cautela aos investidores em mercados de renda variável.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em ligeira queda de 0,02%, aos 121.873,88 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava avanço de 0,04%, aos 122.245 pontos.

Para o analista José Costa Gonçalves, a maior preocupação dos investidores é a possível alta da inflação e aumento da taxa de juros nos Estados Unidos.  “Os investidores ficam com cautela e posicionados em empresas maduras como Vale, elétricas e JBS, por exemplo”, comenta.

O analista acrescenta que “as empresas ligadas a commodities estão sustentando o Ibovespa para que a queda não seja maior”.

De acordo com a equipe de analistas da Terra investimentos, a diminuição da queda da Bolsa é atribuída “ao desempenho dos papéis da Vale (VALE 3), que sobem 1,68%”, afirma.

No exterior, segundo a equipe da Terra Investimentos, “as bolsas estendem o selloff liderado pelas ações de tecnologia, enquanto o PPI da China realça riscos inflacionários globais na véspera do CPI norte-americano”, enfatiza.

O analista Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, acredita que o pregão de hoje aqui e no exterior é “realização de lucros por conta de uma preocupação com uma inflação na China [o índice de preços ao produtor subiu 6,8% em abril, acima da estimativa de 6,5% e preços ao consumidor aumentou 0,9% na comparação anual, praticamente em linha com o mercado, que previa alta de 1%] nos Estados Unidos”, afirma

O analista ressalta que os investidores ficarão atentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, está depondo na CPI do Senado sobre a aprovação de vacinas e possível alteração bula da Cloroquina.

O dólar comercial acelerou a queda no início da tarde de hoje, após passar o período da manhã operando próximo da estabilidade, com ligeiro viés de alta pressionado por dados de inflação e uma desvalorização global da moeda norte-americana frente aos seus pares.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,30%, cotado a R$ 5,2160 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,17%, cotado a R$ 5,224.

“Em dia de agenda esvaziada, investidores irão acompanhar os comentários de uma série de dirigentes do Fed [Federal Reserve, banco central norte-americano] durante o dia. Lá fora o dólar perde de seus pares e das moedas emergentes e ligadas as commodities, destaque para o peso mexicano, par do real, que se valoriza 0,40% ante a moeda americana”, explicou Guilherme Esquelbek, que assinou hoje o informativo matinal da Correparti.

Para Paula Zogbi, da Rico, a pressão inflacionária rouba a cena hoje tanto no Brasil quanto no exterior em meio à expectativa relacionada ao avanço do preço ao consumidor nos Estados Unidos.

“Nota-se avanço tanto de preços administrados como dos livres”, adverte Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais. “O índice mostra forte desaceleração em relação ao mês anterior, mas tem uma composição menos benigna do que o antecipado. Nossa projeção para maio ressalta novamente pressão sobre os administrados”, prosseguiu ele.

O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,31% em abril, desacelerando-se em relação à alta de 0,93% apurada em março, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou ligeiramente acima da mediana projetada, de 0,29%, conforme o Termômetro CMA.

Segundo o IBGE, o IPCA acumula alta de 2,37% nos primeiros quatro meses do ano. Com isso, o indicador acelerou a alta acumulada em 12 meses para +6,76%, resultado que também ficou ligeiramente acima da mediana projetada, de +6,73%, ainda conforme o Termômetro CMA.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda, com os vencimentos mais curtos reagindo com mais força ao conteúdo da ata da reunião realizada na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Já os vértices mais longos estão mais próximos da estabilidade.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,78%, de 4,84% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,54%, de 6,645%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,09%, de 8,16% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,69%, de 8,71%, na mesma comparação.