MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após abrir em queda, a Bolsa opera com volatilidade, muda de direção e aponta ligeira alta, mas não se mantém no patamar positivo e acompanha o movimento negativo no exterior.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,41%, aos 120.092,17 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava queda de 0,64%, aos 120.495 pontos.

A volatilidade no mercado é atribuída às oscilações dos papéis no Ibovespa e expectativa nos Estados Unidos em relação à reunião do Federal Reserve (banco central norte-americano), amanhã, e à fala de Joe Biden sobre os impostos aos mais ricos do país., além da CPI da Covid-19, afirma Alison Correia, CEO da Top Gain,

O CEO comenta que “o Ibovespa trabalha pelo segundo dia consecutivo de uma forma neutra, próxima ao zero a zero, aos 120 mil e 120.500 pontos por conta de um mix de volatilidade das ações. Os papéis dos bancos e varejistas caem, commodities sobem e Vale ganha sem muita significação e faz com que o mercado fica à espera dos dados que estão para serem divulgados, principalmente no exterior, com a reunião do Fed e fala de Biden (presidente dos Estados Unidos) sobre a taxação de grandes fortunas norte-americana, além do PIB trimestre do país”, afirma.

A Bolsa está “colada com o mercado externo e não existe uma direção certa”, ressalta o CEO. Há uma apreensão dos investidores em relação ao cenário local e externo, enfatiza.

A alta dos papéis da Vale, com grande representatividade no índice, somado ao resultado do IPCA-15 [avanço de 0,60% em abril] e leve ganho de ações do Itaú (ITUB4) e dos papéis do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) ajudaram a reverter a direção do índice de negativo para positivo, mas não se sustentou devido “à desaceleração da Vale (VALE3), de 1,41% para 1,07% e das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), que subiam de 0,34% e 0,42% e agora caem 0,90% e 0,79%, respectivamente”, afirma o analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora.

No Brasil, “o mercado quer entender como acontecerá a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da pandemia, se vai comprometer ou não o governo Bolsonaro”, afirma. Ontem a Justiça Federal de Brasília impediu o senador Renan Calheiros de assumir o cargo como relator da Comissão, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco ignorou e disse em seu twitter que “a escolha do relator cabe ao presidente da CPI”.

O dólar comercial exibiu forte volatilidade na primeira parte dos negócios e opera sem rumo único frente ao real seguindo o exterior, onde a moeda norte-americana ganha terreno das divisas pares e da maioria das de países emergentes com investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve amanhã. Aqui, a entrada de um fluxo estrangeiro calibra o desempenho da moeda.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,36%, cotado a R$ 5,4290 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2021 apresentava recuo de 0,15%, cotado a R$ 5,430.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, reforça que a moeda tenta acompanhar o exterior mais negativo para os mercados emergentes com a entrada de um fluxo no mercado doméstico. “Possivelmente, esse fluxo veio da captação de cerca de US$ 1,5 bilhão da Natura”, comenta.

A economista-chefe da Consulenza Investimentos, Helena Veronese, reforça que na véspera de decisão do Fed, no exterior, os mercados operam com uma “postura defensiva”, ao mesmo tempo em que os rendimentos dos juros futuros dos títulos do governo norte-americano, as treasuries, sobem com o vencimento de 10 anos (T-Note) em busca dos 1,60%.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em alta na ponta longa da curva a termo em meio à abertura da CPI da pandemia em um dia no qual os investidores também demonstram cautela com a agenda de indicadores dos próximos dias.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,615%, de 4,620% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,185%, de 6,175%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,71%, de 7,66% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,37%, de 8,28%, na mesma comparação.