MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Edrod / freeimages.com

São Paulo – A Bolsa abriu em queda e, em menos de 30 minutos de negócios o Ibovespa muda de direção e opera em alta. No entanto, ao abrir as bolsas norte-americanas (às 10h30-de Brasília), o principal índice da B3 regressou ao campo negativo.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,55%, aos 120.263,79 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2021 apresentava recuo de 0,48%, aos 120.745 pontos.

O analista Victor Bueno, da Top Gain, disse que as ações da Vale (VALE3), que têm peso no índice, puxam um pouco o índice para baixo em dia de realizações de lucro. Os papéis caem 1,22%.

Para Vicente Matheus Zuffo, fundador e CIO da Chess Capital, a leve alta apresentada em menos de meia hora de pregão “não deve ser levada muito em conta devido à baixa liquidez, assim que abriu Nova York voltou a cair”, observa. Ele comenta que “o mercado futuro estava acompanhando o exterior com uma leve queda”.

Em relação à leve alta apontada mais cedo, o analista afirma que foi por conta da fala do ministro Paulo Guedes ao jornal “O Estado de S.Paulo” de que “o orçamento é exequível”, diferente do que havia afirmado anteriormente. “Após o acordo fechado tirando os R$125 bilhões da contabilidade das duas regras fiscais, agora o ministro diz que é possível

executar esse orçamento para 2021”, comenta.

Na avaliação de Vicente Matheus Zuffo, o acordo foi positivo porque “há um mês atrás já se falava em veto parcial e PLN para a recomposição de despesas obrigatórias, tentaram emplacar soluções heterodoxas e nada prosperou e o resultado foi o discurso de um mês atrás” enfatizou.

Os parlamentares aprovaram ontem o PLN2/21, do Poder Executivo, que permite ao Planalto gastar com medidas de combate à pandemia sem necessidade de incluir estas medidas entre as que estão sujeitas ao teto de gastos.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real, chegando ao nível de R$ 5,50 – menor valor intraday em quase um mês – na contramão do exterior, com investidores locais lendo como “alívio fiscal” a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro deverá sancionar o Orçamento de 2021 com vetos parciais às emendas parlamentares, após acordo entre o Planalto e o Congresso.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,55%, cotado a R$ 5,5220 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2021 apresentava queda de 0,43%, cotado a R$ 5,526.

Ontem, o Congresso aprovou um projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para autorizar o governo federal a gastar com medidas de combate à covid-19 sem precisar incluir estas medidas entre aquelas que estão sujeitas ao teto de gastos.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, o mercado teve “um alívio” com as notícias. Porém, a solução não é “totalmente boa”, ao colocar parte considerável de despesas fora do teto de gastos e da meta primária. “Mas a parte extra-teto e a meta não foram ilimitadas, sendo contidas em R$ 125,0 bilhões em projeto de lei aprovado ontem”, comenta.

O economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos, reforça que “algumas exceções” negociadas entre o Planalto e o Congresso em relação ao Orçamento deste ano “não são positivas” e nem “adequadas” para as contas públicas. “Porém, não representa uma grande surpresa ao que se esperava. Parte desses valores já estavam na conta e a leitura já era negativa”, comenta, avaliando o comportamento do dólar na sessão.

“No contexto geral, o real segue muito depreciado. Lá fora, o dólar se acomodou, deu uma corrigida nos últimos dias, mas seguimos em patamar depreciado. Então, esse recuo também acompanha o cenário externo. De qualquer forma, ainda não tem nada claro em relação ao teto de gastos”, acrescenta Campos.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sachez, diz que apesar de algumas declarações de que as negociações em torno do Orçamento avançaram, “pouco de concreto” pode se observar. “O fato é que o deadline do presidente Jair Bolsonaro está chegando e o cenário base é de que o Orçamento seja aprovado com vetos e ainda haja um projeto de lei para correção de alguns problemas”, avalia. Bolsonaro tem até quinta-feira para sancionar a proposta orçamentária.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta com os investidores reagindo ao acordo entre governo e Congresso em torno do Orçamento de 2021 em um dia no qual o exterior negativo e a véspera de um feriado nacional no meio da semana reforçam a cautela no mercado financeiro local.

Com isso, as taxas devolvem a maior parte da queda de ontem. Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,655%, de 4,630% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,305%, de 6,255%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,96%, de 7,86% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,60%, de 8,47%, na mesma comparação.