MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após apresentar muita volatilidade pela manhã, chegando a operar por diversas vezes entre os campos positivo e negativo, o Ibovespa engatou tímida alta com investidores atentos às reuniões esta semana dos Bancos Centrais de todo o mundo. Aqui no Brasil, há uma expectativa de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central suba a taxa de juros devido ao aumento da inflação, comenta uma fonte. Os dados positivos em relação à economia da China também impulsionam uma correção no mercado local.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,24%, aos 114.441,83 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 30,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava avanço de 0,27%, aos 114.510 pontos.

Outro ponto de muita preocupação do mercado é o agravamento da Covid-19. Os rumores de uma mudança no comando do Ministério da Saúde em um momento no qual o avanço da pandemia pelo Brasil segue fora de controle, com novos recordes de óbitos e casos a cada dia que passa, deixam os investidores com pouco apetite. No fim de semana, havia rumores de que o ministro Eduardo Pazuello poderia deixar o cargo.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real, oscilando entre R$ 5,62 e R$ 5,64, acompanhando o movimento externo, mais positivo para as moedas de países emergentes, e com investidores em busca por proteção atentos à política em meio aos rumores de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deixará a pasta em meio ao avanço da pandemia de covid-19 no país. Esta semana, tem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual deve iniciar um ciclo de aperto monetário.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,60%, cotado a R$ 5,6490 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava avanço de 1,70%, cotado a R$ 5,652.

“É um movimento de proteção local em função da calamidade que o país enfrenta com o colapso do sistema de saúde por causa da covid-19 e com importantes cidades entrando em lockdown. Isso está conduzindo investidores estrangeiros a saírem do país e levam a uma busca por proteção em dólar”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Para a equipe da mesa de câmbio da Travelex Bank, lá fora, há um “certo alívio” em meio ao recuo dos rendimentos das taxas de juros futuros dos títulos do governo norte-americano, as treasuries, mesmo com o vencimento de 10 anos operando acima de 1,60%. “Aqui, investidores também monitoram as pressões para saída do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, à espera da decisão do Copom na quarta-feira”, comenta.

Os analistas da Travelex acrescentam que o mercado local também espera que o Banco Central (BC) faça um novo leilão de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – de até US$ 500 milhões para tentar conter a alta da moeda americana, já que mais cedo realizou a mesma operação, pelo quarto pregão seguido, e colocou no mercado o total ofertado de US$ 500,0 milhões.

Em semana de decisão de política monetária, no qual a aposta é de que a autoridade monetária suba a taxa básica de juros (Selic) pela primeira vez desde 2015, saindo de 2,00% – menor piso da história – para 2,50%, Rugik reforça que a possibilidade de alta de 0,50 ponto percentual está no “preço do dólar”. Porém, se vier “algo diferente, para cima ou para baixo”, poderá resultar em uma nova precificação do ativo, diz.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta em um dia no qual os investidores refletem a cautela que costuma marcar os dias que antecedem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre os rumos de sua taxa básica de juro, a Selic, em meio ao avanço descontrolado da pandemia pelo Brasil.

A maior parte dos analistas espera uma alta de pelo menos 50 pontos-base da Selic na quarta-feira, retirando a taxa de seu piso histórico de 2,00% ao ano, na primeira ação de aperto monetário no Brasil desde meados de 2015. A decisão do Copom será anunciada depois do fechamento do mercado.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,27%, de 4,22% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,05%, de 5,960%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,43%, de 7,40% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,96%, de 7,96%, na mesma comparação.