MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em queda desde a abertura em um dia no qual os investidores devem repercutem com mais intensidade a decisão do governo Jair Bolsonaro de elevar a Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) cobrada dos bancos para compensar a isenção de impostos sobre o óleo diesel e o gás de cozinha. Entretanto, o forte recuo atraiu investidores estrangeiros em busca de pechinchas, especialmente no setor financeiro, limitando a queda do índice.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,46%, aos 108.721,32 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 20,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2021 apresentava recuo de 1,43%, aos 108.825 pontos.

Se ontem o Ibovespa contou com o suporte dos mercados financeiros internacionais para pelo menos registrar uma alta discreta, hoje os principais índices de ações lá fora estão sob pressão da baixa nos preços das commodities e dos cada vez mais frequentes alertas sobre a formação de bolhas em algumas classes de ativos.

“Os preços das ações de bancos devem operar pesados hoje e como o setor tem peso importante na formação do Ibovespa e lá fora o mercado acionário está pesado, o viés para hoje é negativo”, indicou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.

Com o andar do pregão, porém, operadores de renda variável observaram que a forte queda nas ações de grandes bancos atraiu investidores estrangeiros, limitando um pouco o recuo do índice.

O dólar comercial passou a ganhar força frente ao real, renovando máximas sucessivas a R$ 5,73 – maior patamar desde 4 de novembro do ano passado quando chegou à máxima de R$ 5,7660 – após a notícia de que os líderes da Câmara dos Deputados definiram, em reunião mais cedo, que a votação da PEC Emergencial ficará para a próxima semana, informou o vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos (PL-AM) à Agência CMA.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,92%, cotado a R$ 5,7080 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava avanço de 1,17%, cotado a R$ 5,714.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que a matéria deve passar por tramitação especial – somente no Plenário. A votação depende de aprovação da matéria no Senado hoje. “Se o senado aprovar hoje enfrentaremos semana que vem”, disse o vice-líder.

“É mais um fator que contribui para uma tempestade perfeita na taxa de câmbio hoje, em dia de movimento de proteção e de fuga de capitais de investidores estrangeiros com o descumprimento da promessa do presidente Jair Bolsonaro em aumentar impostos, ajudado também pelo dólar lá fora”, diz o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Com isso, o Banco Central (BC) realizou há pouco o segundo leilão de venda de dólares à vista do dia, colocando mais US$ 1,095 bilhão no mercado. Na primeira hora de negócios, a autoridade monetária havia colocado US$ 1,0 bilhão. Apesar da operação, a moeda segue acima de R$ 5,70.

A moeda está pressionada desde a abertura dos negócios reagindo à decisão do governo de Jair Bolsonaro em isentar o óleo diesel e o gás de cozinha (GLP) de impostos federais. Porém, foi uma medida provisória foi editada e aumenta a CSLL aplicada às instituições financeiras, no qual o maior aumento recaiu sobre os bancos.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em forte alta em um dia no qual os investidores repercutem a disparada do Indice de Preços ao Produtor (IPP) e a escalada da taxa de câmbio diante da decisão do governo Jair Bolsonaro de elevar a Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) cobrada dos bancos para compensar a isenção de impostos sobre o óleo diesel e o gás de cozinha.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,975%, de 3,875% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,945%, de 5,800%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,67%, de 7,47% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,34%, de 8,07%, na mesma comparação.