MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa testa a faixa dos 120 mil pontos diante do bom desempenho do setor financeiro e da recuperação das ações das empresas de varejo depois da forte queda de ontem. O principal índice de ações da B3 opera em alta em um dia no qual analistas esperam alguma recuperação da bolsa de valores brasileira depois de três fechamentos consecutivos em queda.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,13% aos 119.774,57 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2021 apresentava avanço de 1,34%, aos 119.770 pontos.

“A agenda econômica hoje é fraca e as atenções ficam por conta de resultados corporativos”, observa Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. A tendência, segundo ele, é de uma “recuperação técnica” do Ibovespa.

Diante dos persistentes riscos fiscais e políticos locais, o bom humor externo também tende a contribuir para uma recuperação dos preços dos ativos por aqui.

Ontem, o Centrão mostrou sua força ao aprovar por ampla margem a autonomia do Banco Central, sem alterações em relação ao texto aprovado pelo Senado no fim do ano passado.

Ainda que a matéria faça parte da lista de desejos do governo Jair Bolsonaro e dos agentes do mercado financeiro, a demonstração de força deixa no ar que temas como uma nova rodada de auxílio emergencial virão nos termos do Centrão, e não naqueles do Palácio do Planalto.

Enquanto isso, com as principais bolsas de valores asiáticas fechadas por causa das festividades de ano novo lunar no Oriente, os mercados da Europa e dos Estados Unidos repercutem o primeiro contato telefônico entre o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping.

Em uma conversa protocolar, cada um deixou claros seus interesses e suas mensagens e um não aliviou para o outro. A novidade, porém, é a atenuação do tom hostil de Washington em relação a Pequim, tão comum nos tempos de Donald Trump. Para analistas, a conversa pode marcar a retomada do diálogo entre as duas maiores economias contemporâneas.

Ao mesmo tempo, os balanços corporativos, o avanço da vacinação contra covid-19 nas principais economias do mundo e a liquidez sem precedentes nos mercados financeiros mantêm o fluxo de compras lá fora.

Após queda firme na abertura dos negócios, o dólar comercial passou a oscilar forte frente ao real, sem direção única, em movimento local de proteção às vésperas do feriado prolongado na bolsa brasileira (B3) e investidores atentos às declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ambos em torno da situação fiscal do país. Além de calibrar o movimento externo mais positivo para moedas de países emergentes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira alta de 0,03%, cotado a R$ 5,3740 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2021 apresentava recuo de 0,26%, cotado a R$ 5,376.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, comenta que, além da moeda ter “ficado barata” ao chegar nas mínimas de R$ 5,33, as declarações corroboraram para a volatilidade da moeda, calibrando o ambiente externo mais positivo para os mercados emergentes.

“Além disso, as tesourarias de bancos estão aproveitando para recompor posições já que vamos ter um feriado longo pela frente, com o nosso mercado financeiro fechado e lá fora funcionando normalmente”, reforça.

Durante uma teleconferência com o JPMorgan, Campos Neto, reiterou que o espaço fiscal no Brasil é limitado e que a liberação de mais transferências à população – dando a entender que viria uma nova rodada de pagamento do auxílio emergencial – exigiria algum tipo de contrapartida, já que o Brasil tem um “elevado penhasco fiscal”.

“Parece ter entendimento de que não pode haver mais gastos sem contrapartida. Se é preciso gastar mais, deve-se passar a mensagem de que falamos sério sobre convergência da dívida no prazo mais longo”, disse o presidente do BC, acrescentando que o BC está manifestando de todas as formas possíveis que a política fiscal tem uma influência relevante sobre a política monetária.

Lira, por sua vez, declarou que o país ainda não tem um orçamento aprovado e com isso, não há como fazer medidas efetivas a não ser excepcionalizar de novo o teto de gastos e entrar um uma nova medida de guerra para um novo auxílio emergencial. A prorrogação do pagamento do benefício é defendida pela Câmara, reiterou o parlamentar. “O que defendemos no curto prazo é a prorrogação do auxílio para população carente. É para alimentação, R$ 200, R$ 300 vão fazer a diferença para as pessoas”, disse.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) apagaram a alta exibida logo na abertura do pregão, em meio aos riscos fiscais. Os investidores aproveitaram a oferta menor de títulos públicos feita pelo Tesouro Nacional para devolver parte dos prêmios embutidos, digerindo também os dados fracos sobre a inflação e a atividade doméstica, que ajudam na calibragem das expectativas sobre o rumo da Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,335%, de 3,36% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,845%, de 4,86% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,37%, de 6,39%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,05%, de 7,09%, na mesma comparação.