MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Myles Davidson / freeimages.com

São Paulo – A aprovação do Reino Unido para a aplicação das vacinas contra o novo coronavírus desenvolvida pela norte-americana Pfizer e pela alemã BioNTech não estavam sendo suficientes para segurar mais um dia de alta do Ibovespa no período da manhã, quando o Ibovespa recuava. Após os fortes ganhos de ontem, os investidores passam por um dia de realização de lucros, porém, a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, tem feito a Bolsa subir no início da tarde de hoje.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,23%, aos 111.657,65 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 18,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 0,27%, aos 111.705 pontos.

Nem mesmo o plano apresentando ontem por legisladores norte-americanos para a aprovação de um pacote de estímulo de US$ 908 bilhões tem animado os investidores na sessão de hoje, após dados mais fracos sobre a economia do país.

O setor privado dos Estados Unidos criou 307 mil vagas de trabalho em novembro, excluindo o setor rural, de acordo com relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers. Analistas esperavam a criação de 475 mil vagas. O número de vagas criadas em julho foi revisado para cima, de 365 mil para 404 mil.

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, a maior queda vem do papel preferencial da Bradespar (BRAP4), com retração de 4,49%, seguido pela ação ordinária da Vale (VALE3), com recuo de 4,39%. Entre as maiores altas, a ação ordinária da InterMédica (GNDI3) subia 4,92% e a ação ordinária da Hering (HGTX3), avançava 3,97%.

O dólar comercial opera com forte volatilidade na primeira parte dos negócios, mas voltou a subir frente ao real, após oscilar nos R$ 5,20 – no menor nível intraday desde 31 de julho (quando chegou a R$ 5,1650). Apesar das notícias sobre o avanço de vacinas contra a covid-19 e a expectativa de que uma vacinação em massa comece em breve, ativos passam por ajustes após os ganhos recentes. Aqui, mesmo com o fluxo de entrada de recursos estrangeiros, a forte queda ontem limita uma valorização da moeda local.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,05%, sendo negociado a R$ 5,2310 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em janeiro de 2021 apresentava avanço de 0,42%, cotado a R$ 5,230.

O noticiário em torno de vacinas está forte hoje após o Reino Unido autorizar o uso de emergência da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela alemã BioNTech. Em comunicado, o governo britânico disse que as doses estarão disponíveis em todo o país a partir da próxima semana. As análises finais dos dados, de estudos clínicos de fase 3, mostraram que a vacina da Pfizer e da BioNTech tem uma taxa de eficácia de 95%.

“A perspectiva de uma vacinação em massa passa a ficar mais próxima e é a grande expectativa dos investidores. A possibilidade do início de uma vacinação permitirá avançar rapidamente tanto na prevenção da doença quanto no aprendizado da resposta imunológica”, diz o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua. Ele acrescenta que, sem vacinação em nível global, os países estarão sujeitos a surtos periódicos da covid-19.

Aqui, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que as primeiras doses da vacina desenvolvida pela Astrazeneca e pela Universidade de Oxford devem chegar ao Brasil no primeiro bimestre de 2021. com expectativa é de que sejam importadas 100 milhões de doses no primeiro semestre, e que na segunda metade do ano que vem o Brasil seja capaz de fabricar outras 160 milhões de doses.

O diretor de uma corretora nacional reforça que, mais cedo, houve entrada de mais recursos estrangeiros na bolsa brasileira, o que levou a moeda aos menores níveis desde julho. Mas o viés de ajuste inibe a valorização do real ante a forte queda ontem, de mais de 2%.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) intensificaram o ritmo de queda, na esteira do anúncio do Tesouro Nacional de reabrir emissão soberana de dívida em dólar. A decisão alivia a pressão nos leilões de títulos públicos realizados no mercado doméstico, o que favorece a retirada de prêmios na curva a termo. O movimento vai na contramão do sinal positivo ensaiado pelo dólar.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,025%, de 3,13% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,64%, de 4,81% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,38%, de 6,57%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,21%, de 7,36%, na mesma comparação.