MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após oscilar entre leves quedas e altas na manhã do último pregão de novembro, o Ibovespa ampliou perdas com investidores aproveitando para embolsar lucros depois de expressivos ganhos ao longo do mês. Até o momento, o índice sobe cerca de 17% no mês, na maior alta mensal desde outubro de 2002 (+18,00%). No exterior, as principais Bolsas operam mistas, mas com realizações de lucros prevalecendo.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,79%, aos 109.693,20 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,54%, aos 109.800 pontos.

Para o estrategista-chefe da Levante Investimentos, Rafael Bevilacqua, a Bolsa pode “apresentar uma baixa pontual”, em “uma tentativa de realização dos lucros dos últimos dias”.  No entanto, o mês de novembro deve encerrar como o melhor de 2020, reduzindo as perdas do ano, que foi bastante turbulento.

“O desempenho do mês que se encerra hoje reduziu a perda da Bolsa no acumulado do ano para 4,4% [até o pregão de sexta-feira]. Só para comparar, no fim de março, primeiro mês em que a pandemia do coronavírus afetou as cotações, a queda era de 36,9% no ano”, lembrou em relatório.

Entre os motivos para o bom desempenho está a forte entrada de recursos internacionais no mercado brasileiro após a eleição do democrata Joe Biden nos Estados Unidos e, principalmente, as boas notícias relacionadas ao avanço das vacinas contra a covid-19.

Apesar do preocupante avanço da segunda onda pandemia em vários países, a expectativa de que o início da vacinação está próximo ajuda a impedir maiores quedas dos mercados acionários. Hoje, a Moderna anunciou que a sua vacina tem eficácia de 94,1% de acordo com novos dados e que pedirá hoje autorização para ser usada em território norte-americano. Trata-se da segunda empresa, depois da Pfizer, a pedir autorização no país.

Já na cena doméstica, com o término do segundo turno das eleições municipais, é esperado que o Congresso retome os trabalhos, com destaque para a aprovação do orçamento de 2021, e que o governo possa sinalizar novidades sobre seu novo programa social.

Entre as ações, as maiores quedas do Ibovespa são da Via Varejo (VVAR3 -2,70%) e a B2W (BTOW3 -2,81%), com investidores avaliando desempenhos após a Black Friday, além das ações da Petro Rio (PRIO3 -2,95%). Na contramão, as maiores altas são da Azul (AZUL4 6,53%), Gol (GOLLR 5,40%) e da CVC (CVCB3 2,78%), com os papéis voltando a atrair compras depois de sofrerem bastante durante a pandemia.

O dólar comercial voltou a oscilar sem rumo único frente ao real, com o contrato à vista em alta e renovando máximas a R$ 5,37, antes da formação de preço da taxa Ptax de fim de mês que tem disputa acirrada desde a abertura dos negócios. Lá fora, as moedas de países emergentes passaram a cair mais ante o dólar em meio ao viés de correção dos ativos globais ante os ganhos recentes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,03%, sendo negociado a R$ 5,3820 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,23%, cotado a R$ 5,331.

O diretor de uma corretora nacional reforça que o movimento da moeda é “puramente a batalha entre comprados e vendidos”, além de acompanhar uma piora externa, no qual as divisas emergentes intensificaram a queda ante o dólar. “Não fosse a pressão pela taxa Ptax, o dólar estaria em alta aqui, seguindo o exterior desde a abertura dos negócios. Agora, piorou lá fora e aqui acompanha”, diz.

As taxas dos contratos de juros futuros firmaram-se em alta, intensificando o movimento de recomposição de prêmios ensaiado ao final da manhã, na esteira do anúncio de que a cidade de São Paulo vai regredir para a fase amarela do plano de combate à disseminação do coronavírus, com as atividades de comércio e serviços fechando mais cedo. O movimento da curva a termo ganhou força com a virada do dólar, para o campo positivo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,325%, de 3,27% no ajuste anterior na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,02%, de 4,93% após o ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,80%, de 6,70%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,59%, de 7,49%, na mesma comparação.