MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – Após quatro pregões seguidos de alta, o Ibovespa mostra leve queda puxado por ações como as da Vale e de olho no cenário externo, com investidores ainda aguardando novidades sobre as negociações em torno do novo pacote de estímulos econômicos norte-americano. Por outro lado, as ações de bancos seguem avançando e impedem o índice de ampliar perdas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,22%, aos 101.683,93 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,50%, aos 101.865 pontos.

Ações ligadas a commodities, como as da Vale (VALE3 -0,68%), frigoríficos e petrolíferas operam em queda no momento, com a JBS (JBSS3 -2,17%), Marfrig (MRFG3 -2,04%) e da Petro Rio (PRIO3 -2,57%) entre as maiores perdas do Ibovespa.

Na contramão, os papéis de bancos, que têm grande peso no Ibovespa, mantêm a trajetória de alta vista ao longo da semana, com destaque para as ações do Santander (SANB11 2,43%), que estão entre as maiores altas do índice.

Para o economista-chefe da Codepe Corretora, José Costa, o momento ainda é positivo para o Ibovespa e há oportunidades, além de setores mostrando melhor desempenho, apesar da maior fraqueza vista hoje depois de uma sequência de altas. “Os analistas estão começando a ver que a inadimplência pode não ser tão ruim e que os resultados de bancos podem ser melhores”, disse.

No cenário externo, as Bolsas norte-americanas operam sem uma direção definida à espera de um acordo para um pacote de auxílio, após declarações nos últimos dias que apontam que democratas e republicanos estão reduzindo diferenças. Também não há uma leitura clara do debate de ontem entre o presidente Donald Trump e o candidato democrata Joe Biden, que foi avaliado como melhor que o anterior por analistas, mas que pode não ter tanto impacto nas pesquisas.

O dólar comercial passou a subir frente ao real, em mais uma sessão de volatilidade, refletindo a cautela dos investidores à véspera do fim de semana e também da eleição nos Estados Unidos que se aproxima, o que eleva a preocupação dos investidores já que as negociações para a aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal no país seguem indefinidas.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,42%, sendo negociado a R$ 5,6190 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2020 apresentava avanço de 0,44%, cotado a R$ 5,619.

“Os mercados operam cautelosos e em compasso de espera sobre as negociações entre a Casa Branca e democratas a fim de aprovar um pacote trilionário em apoio a maior economia do mundo”, comenta o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

A presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, a democrata Nancy Pelosi, segue em tratativas com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, na tentativa de aprovar um pacote perto dos US$ 2,0 trilhões.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, acrescenta que, em mais uma sessão de volatilidade, a moeda estrangeira passou a operar com sinal positivo também em meio ao movimento de “recomposição de posições” após a divisa ficar “barata” no mercado doméstico.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem negociadas em alta acelerada, com os investidores reagindo ao resultado acima do esperado da prévia deste mês da inflação ao consumidor brasileiro (IPCA-15). Os sinais de acúmulo de pressão inflacionária combinados com os riscos fiscais pressionam a curva a termo, levando à calibragem das expectativas em relação ao rumo da Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,43%, de 3,27% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,84%, de 4,65% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,58%, de 6,45%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,43%, de 7,37%, na mesma comparação.