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São Paulo – O movimento de aversão ao risco que predominava no mercado financeiro do Brasil e do exterior se inverteu após o presidente da regional de Dallas do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), Robert Kaplan, dizer que pode desistir de defender a remoção de estímulos à economia do país por causa do aumento dos casos de covid-19.

Kaplan não tem direito a voto no comitê de política monetária do Fed neste ano, mas a percepção dos investidores é de que, assim como ele, outros membros do grupo com direito a voto possam se mostrar igualmente sensibilizados ao efeito que o agravamento da pandemia terá sobre a atividade. Até a semana passada, Kaplan defendia que o Fed começasse a remover os estímulos em outubro.

O banco central dos Estados Unidos impulsiona a economia comprando títulos de dívida dos Estados Unidos e de dívida hipotecária. Com isso, injeta liquidez no sistema financeiro e ajuda a manter baixos os juros no país. A expectativa era de que, com a diminuição destas compras, essa liquidez diminuísse, os juros norte-americanos começassem a subir, e isso direcionasse mais investimentos para lá e para o dólar – o que seria negativo para os ativos brasileiros.

Consequentemente, com a reversão desta perspectiva, o Ibovespa subia 0,63%, para 117.912 pontos, enquanto o contrato futuro do dólar com vencimento em setembro caía 0,53%, para US$ 5.396,50.

Entre os juros, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,715%, de 6,71% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,45%, de 8,46%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,60%, de 9,69% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,04%, de 10,13%, na mesma comparação.

A alta da bolsa e a queda dos juros e do dólar, porém, ainda pode ser revertida por causa do cenário doméstico.

Segundo o gestor de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, há preocupações com a trajetória fiscal e com o quadro político. “O presidente convocou uma manifestação nebulosa para o dia 7 de setembro e a alta inflação batendo forte na camada pobre faz com que o investidor avalie melhor se vale a pena investir no Brasil”, complementa.