MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa tem dificuldades de definir uma direção e oscila entre altas e baixas refletindo a volatilidade de ações de bancos e os ajustes de carteiras no último pregão do mês, em meio a um cenário externo mais cauteloso em função da guerra comercial.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,30% aos 107.956,04 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 5,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava recuo de 0,42% aos 108.140 pontos.

“Virada de mês é difícil, muitos fundos acabam ajustando carteiras e pode ter um pouco de volatilidade, mas acredito que o índice ainda pode subir até o fim do pregão se os bancos melhorarem e vai fechar o mês em alta”, disse o gerente da mesa de operações da H.Commcor, Ari Santos.

As ações de bancos mostram volatilidade hoje, tentando uma recuperação depois de caírem ontem reagindo às mudanças nas regras do cheque especial, que limitaram a cobrança de juros para até 8% ao mês. Os papéis do Itaú Unibanco, por exemplo, tinham alta de 0,08%.

Do lado negativo, as ações da Petrobras pesam e também impedem que o índice se firme em alta, com os papéis refletindo a queda de mais de 2% dos preços do petróleo.

Já as maiores quedas do Ibovespa são da Hypera, da TIM e da Qualicorp. Na contramão, as maiores altas são da Usiminas, que reagem positivamente ao adiamento da reforma do alto forno 3, da Via Varejo, que reflete a Black Friday, e da Fleury, que comprou 100% da Investigação Laboratorial (Inlab), empresa que atua na área de análises clínicas, por R$ 90 milhões.

No exterior, as Bolsas norte-americanas operam em queda na volta do feriado de Dia de Ações de Graças em meio a incertezas sobre as negociações comerciais entre China e Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump assinou lei que apoia os manifestantes em Hong Kong. No entanto, as Bolsa têm funcionamento reduzido hoje em função da Black Friday e fecham às 15h, o que deve reduzir a liquidez também por aqui hoje.

Após oscilar sem rumo único frente ao real, operando em campos positivo e negativo, o dólar sustenta alta exibindo a disputa pela formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) – de fim de mês, além da liquidez global reduzida. O mercado financeiro nos Estados Unidos encerrará os negócios mais cedo.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,35%, sendo negociado a R$ 4,2310 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,82%, cotado a R$ 4,224.

“A volatilidade era esperada”, diz o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello. Ele acrescenta que também há um movimento de ajuste de posições visto que estamos às vésperas de dezembro, mês “mais curto e que com poucos movimentos”.

Para dezembro, porém, são esperados alguns eventos importantes como as decisões dos bancos centrais dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) e o brasileiro com as decisões de política monetária. Enquanto o Fed deve manter a taxa de juros, o Banco Central (BC) deve promover mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic)., porém, o que interessa aos investidores é o tom do comunicado indicado os passos em 2020.

E ficou para o mês que vem o principal, um possível desfecho, mesmo que preliminar, na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Prometendo assinar um acordo parcial, chamado de “fase 1” desde o fim do mês passado, os países sinalizam, mas sem avanços concretos nas tratativas comerciais. Em 15 de dezembro, os norte-americanos podem cobrar tarifas adicionais de produtos importados da China. O mercado global segue atento ao fato.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) passaram a exibir oscilações estreitas, sem um viés único, em meio à volatilidade do dólar, em dia de formação da taxa referencial (Ptax) do mês, e ao volume financeiro ainda prejudicado pelo feriado nos Estados Unidos. Com isso, perdeu força o movimento de correção das altas recentes, ensaiado na abertura do pregão. 

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,645%, de 4,665% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 4,69%, repetindo o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 estava em 5,87%, de 5,89% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,49%, de 6,54%, na mesma comparação.