MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa opera em alta nesta manhã mostrando um ajuste na volta do feriado da última sexta-feira, quando as bolsas norte-americanas tiveram fortes altas refletindo declarações positivas sobre as negociações entre China e Estados Unidos. No entanto, o vencimento de opções sobre ações traz maior volatilidade e já ajudou o índice a reduzir ganhos em relação à abertura, além de hoje os mercados acionários no exterior mostrarem leve queda.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,53% aos 107.140,32 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,58% aos 107.530 pontos.

“O índice está tendo um ajuste por causa da alta que as bolsas tiveram nos Estados Unidos na sexta-feira, com o S&P renovando seu recorde histórico, mas hoje as bolsas no exterior já abriram em baixa, contaminando um pouco da euforia da abertura. Além disso, a agenda está bem fraca”, disse o analista da Toro Investimentos, Thiago Tavares.

O otimismo da sexta-feira veio de declarações de representantes das duas maiores potências mundiais, que expuseram que conversas bilaterais seguem cada vez mais frequentes e próximas, alimentando expectativas de que a conclusão da primeira etapa de um acordo estaria próxima.

Já na cena doméstica, a agenda está vazia e não deve trazer grandes novidades, já que não há expectativa de avanços em reformas no Congresso até o fim do ano.

Entre as ações, as maiores altas do Ibovespa são da Marfrig, que reagem positivamente ao aumento da fatia da companhia na norte-americana National Beef. Também entre as maiores altas estão as ações da Telefônica Brasil e da Azul.

Na contramão, as maiores quedas são da Natura, da Yduqs e da Cemig, que reportou prejuízo líquido de R$ 281,834 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 244,3 milhões no mesmo período de 2018.

O dólar comercial segue em queda frente ao real exibindo um exterior mais positivo com a percepção de que a guerra comercial entre Estados Unidos e China pode dar uma trégua, em breve, com a possibilidade de um acordo preliminar ser assinado nos próximos dias após sinalizações de norte-americanos e chineses. O mercado segue à espera do desfecho.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava estabilidade, sendo negociado a R$ 4,1910 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2019 apresentava recuo de 0,14%, cotado a R$ 4,194.

“A semana começa com boas notícias no exterior. Estados Unidos e China parece que começaram a costurar um acordo formal para acabar com a guerra comercial. Um telefonema pacífico e promissor entre as partes na sexta-feira foi o suficiente para o mercado internacional arriscar um pouco mais nos investimentos”, comenta o diretor do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Na volta do feriado prolongado, o mercado local se ajusta às novas perspectivas quanto ao possível desfecho desse acordo. “A impressão é de que a finalização do acordo está próxima. Os mercados esperam que novembro possa trazer essa confirmação”, acrescenta o operador da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

Em semana encurtada com o feriado local na quarta-feira e que fechará a bolsa brasileira mais uma vez, Cavalcante destaca que o mercado espera por uma semana mais tranquila e um dólar mais voltado para a queda. “Apesar do clima ainda de tensão em países sul-americanos como a Bolívia e o Chile”, reforça.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem com viés negativo, mas a baixa liquidez do dia, devido a mais um feriado na quarta-feira, reduz a oscilação da curva a termo. Ainda assim, há espaço para um ajuste negativo nos prêmios, na esteira do rali dos negócios no exterior na sexta-feira passada.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,719%, de 4,728% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 4,64%, de 4,64% no ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 estava em 5,72%, de 5,74%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,27%, de 6,31%, na mesma comparação.