MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – Após já bater sua máxima histórica intradiária mais cedo, o Ibovespa voltou a acelerar ganhos e chegou a subir mais de 1% após a aprovação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto, agora, segue para votação no plenário da Casa, encerrando sua tramitação.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,03% aos 107.123,80 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,94% aos 107.930 pontos.

A CCJ do Senado aprovou, em votação simbólica, o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) a respeito das emendas propostas para a reforma da Previdência. O texto agora segue para o plenário do Senado, onde deve passar ainda hoje pela última votação antes de se tornar lei.

Jereissati recomendou a rejeição de quase todas as modificações sugeridas e propôs que fossem feitas quatro alterações – três de emendas propostas por outros senadores e uma proposta por ele próprio.

Originalmente, o relatório previa apenas duas modificações, mas o número aumentou após um acordo com a oposição para que não fosse necessária votação nominal a respeito do parecer.

Uma das emendas acatadas por Jereissati veio do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) e altera a redação do texto para evitar o entendimento de que a reforma da Previdência só entraria em vigor se quando fossem disciplinados pelos governos locais alguns pontos – como a revogação de regras previdenciárias antigas.

O dólar comercial amplia as perdas e cai 1% frente ao real, abaixo do nível de R$ 4,10, na esteira do otimismo com a aprovação da reforma da Previdência. O real tem a melhor performance entre as 24 principais moedas globais.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,45%, sendo negociado a R$ 4,0720 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2019 apresentava recuo de 1,41%, cotado a R$ 4,074.

“O otimismo com a aprovação da reforma da Previdência, além de trazer a máxima histórica para o mercado de ações brasileiro, faz o real ser a moeda com a melhor performance entre as moedas globais”, comenta o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

O operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, avalia que o mercado local trabalha com um cenário prospectivo de aprovação do atual texto, sem novas desidratações. “Com a dívida atingindo praticamente 80% do PIB [Produto Interno Bruto], a reforma da Previdência pretende equilibrar as contas públicas e atenuar a pressão fiscal”, destaca.

Ele pondera que os efeitos da aprovação do texto poderão ser sentidos, mais claramente, no médio e longo prazo, provocando uma melhora na capacidade de investimentos federais. “Além de dar novo ânimo ao investidor estrangeiro e às agências de classificação de risco que tendem a, no mínimo, manter o grau de investimento do País enquanto observam a recuperação da atividade esperada”, acrescenta.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) intensificaram a trajetória positiva e recompõem prêmios ao longo da curva a termo, em um movimento que vai na contramão da euforia do mercado doméstico. Os investidores reagem aos números da prévia da inflação oficial ao consumidor (IPCA-15) neste mês, calibrando as apostas em relação ao nível da Selic ao final do ciclo de cortes. 

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,847%, de 4,831% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,51%, de 4,44%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,51%, de 5,42% após ajuste de ontem; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,17%, de 6,11%, na mesma comparação.