MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa opera em leve queda com investidores mostrando cautela diante de notícias de que a China estaria relutante em aceitar um acordo comercial com os Estados Unidos, além de aguardaram o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, às 14h. No entanto, a valorização das ações do Bradesco, que anunciou pagamento de dividendos, ajudam a impedir que o índice aprofunde perdas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,81% aos 101.714,21 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 5,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava recuo de 0,88%, aos 101.570 pontos.

“Estamos seguindo lá fora, mas não temos muito driver, investidores estão de olho nas questões entre China e Estados Unidos”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila. As reuniões sobre comércio entre as delegações chinesas e norte-americanas serão retomadas esta semana, nos dias 10 e 11 de outubro, mas a agência de notícias “Bloomberg” reportou que autoridades chinesas reduziram o escopo de questões que pretendem abordar nas conversas. 

Além das questões da guerra comercial, investidores devem monitorar o discurso do presidente do Fed em busca de possíveis sinalizações de quedas de juros depois de dados mais fracos da economia do país divulgados na semana passada. No entanto, Powell já discursou na última sexta-feira, sem dar grandes indicações sobre os próximos passos da autoridade monetária.

Entre as ações, as do Bradesco registram a maior alta do índice hoje depois que a diretoria do banco propôs ao conselho de administração o pagamento de R$ 8 bilhões em dividendos, sendo R$ 0,95 por ação ordinária e R$ 1,04 por ação preferencial. Além do Bradesco, as ações das varejistas B2W e Magazine Luiza também estão entre as maiores altas.

O dólar comercial opera em alta frente ao real desde a abertura dos negócios em meio à cautela dos investidores com a guerra comercial entre Estados Unidos e China que retomam as conversas na quinta-feira. Porém, o sentimento é de que os chineses podem resistir a uma negociação mais ampla com os norte-americanos.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,74%, sendo negociado a R$ 4,0880 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2019 apresentava avanço de 0,78%, cotado a R$ 4,096.

“O temor a respeito das negociações entre Estados Unidos e China esfria um pouco a esperança que o mercado tinha de um possível acordo acontecer na quinta-feira e com isso, volta um pouco o clima de aversão ao risco”, comenta o analista da Toro Investimentos, Matheus Amaral.

Ele acrescenta o fator correção no mercado doméstico após a moeda estrangeira cair mais de 2% na semana passada, saindo do patamar de R$ 4,16 para R$ 4,05.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem com oscilações estreitas, em meio ao volume financeiro reduzido. Os investidores aguardam novidades no front político em Brasília, ao mesmo tempo em que monitoram as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, mas já se antecipam a feriados pelo mundo nos próximos dias.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,999%, de 5,007% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,86%, de 4,85%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,97%, de 5,97% após ajustes ao final da semana passada; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,60%, de 6,58%, na mesma comparação.