MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Embora já tenha reduzido levemente as perdas em relação à abertura do pregão, o Ibovespa segue em queda refletindo o aumento de casos do novo coronavírus principalmente na China e em estados norte-americanos, o que aumentou o temor sobre uma segunda onda da pandemia e seu impacto na recuperação econômica global.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília) o Ibovespa registrava queda de 1,50%, aos 91.395,10 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 23,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava retração de 1,73%, aos 91.360 pontos.

Indicadores piores do que o esperado na China e a cena política local também colaboram para o dia negativo, que ainda é de vencimento de opções sobre ações.

“O grande destaque de hoje são as preocupações com a segunda onda da pandemia, que traz aversão ao risco no mundo inteiro. Saíram matérias sobre o aumento de casos na Flórida, Texas, Califórnia, além de ter sido descoberto um novo foco em Pequim. Mesmo no Brasil, cidades como Curitiba e do interior de São Paulo retrocederam em medidas de reabertura”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

As autoridades de saúde da China fecharam partes de Pequim e adotaram controles rigorosos, depois que a capital chinesa registou quase 80 novos casos até domingo, todos transmitidos localmente e ligados a Xinfadi, um grande mercado de carnes e vegetais. Ainda na China, os dados de produção industrial e vendas no varejo vieram um pouco piores do que o previsto.

Miziara também destaca que a cena política segue tensa, com embates entre o Executivo e o Judiciário. O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que as Forças Armadas descumpririam “ordens absurdas”, como a tomada do poder. As declarações foram feitas após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, delimitando o uso das Forças Armadas à luz do que prevê a Constituição.

Além disso, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse que deixará o governo entre julho e agosto. Mansueto é bem quisto pelo mercado, mas já havia manifestado intenção de deixar o cargo pelo menos desde o final do ano passado.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real e amplia os ganhos em sessão de forte aversão ao risco global, subindo mais de 3%, em meio ao receio de uma segunda onda de contaminação pelo coronavírus após a China e alguns estados norte-americanos registrarem novos casos de covid-19 após o relaxamento das medidas de isolamento social. Diante disso, a moeda local tem a pior performance entre as divisas de países emergentes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 2,79%, sendo negociado a R$ 5,1870 para venda. No mercado futuro, contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2020 apresentava valorização de 2,65%, cotado a R$ 5,190.

“Receios de que uma segunda onda de infecções por coronavírus acentuem o declínio econômico global pesam no humor após Pequim e os Estados Unidos relatarem novos casos da doença”, comenta o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

Ele acrescenta que o preço dos contratos futuros de petróleo cai na medida em que aumentam as preocupações de que novos surtos de covid-19 possam afetar a demanda por combustíveis refletindo em aumento da aversão ao risco.

Além disso, dados de atividade da China abaixo do esperado, como as vendas no varejo que caíram 2,8%, sinalizam que alguns setores ainda enfrentam os reflexos das paralisações na economia, diz Faganello, apesar da produção industrial chinesa ter registrado alta de 4,4% em maio, ambos na comparação anual.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem operando em alta em semana de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã e quarta-feira. Hoje os contratos passam por um dia de ajuste e acompanhando a valorização do dólar comercial, após os DIs terem caído na semana passada.

Às 13h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,15%, de 2,160% após o ajuste anterior, na sexta-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,08%, de 3,07% no último ajuste; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,17%, de 4,14%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,76%, de 5,68%, na mesma comparação.