MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue ampliando perdas e mostrando volatilidade à espera da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), às 15h, em linha com as Bolsas norte-americanas, depois de ter aberto o pregão em alta. A decisão do Fed é o grande evento do dia e deve ajudar a definir o rumo dos mercados. Apesar da expectativa de manutenção da taxa de juros, investidores devem ficar de olho em possíveis sinalizações e nas projeções econômicas da autoridade monetária.

As ações da Petrobras e de bancos estão entre as que mais pesam para as perdas do índice. Os papéis da Petrobras refletem a queda dos preços do petróleo, que recuam após a divulgação de estoques da commodity nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília) o Ibovespa registrava queda de 1,78%, aos 95.016,64 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava retração de 1,50%, aos 95.070 pontos.

“Há uma expectativa de manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos, mas, pra mim, a grande questão é se vamos achar pistas ou não de por quanto tempo os juros vão permanecer baixos. Hoje, a maioria dos economistas acham que permanecem baixos até 2021 e isso é importante para investimentos em emergentes”, disse o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas, em vídeo.

Entre as ações, as da Petrobras caem acompanhando perdas de mais de 2% dos preços do petróleo após os estoques da commodity terem subido nos Estados Unidos, sendo que investidores esperavam queda. Os bancos como o Bradesco e Itaú Unibanco também aceleram perdas mostrando mais um dia de realização de lucros e cautela antes do Fed, depois de um rali de alta.

Já as maiores quedas do Ibovespa no momento são das ações de aviação, como a Azul, Gol e Embraer, que vinham se recuperando nos últimos dias. Apesar das perdas de hoje, a Azul informou que aumentará para 240 o número de decolagens diárias em julho, nos dias de maior demanda, contra a média de 115 decolagens por dia programa para o mês de junho.

O dólar comercial passou a oscilar frente ao real, operando sem direção única, em linha com o exterior em meio à cautela dos investidores que aguardam a decisão de política monetária do Fed e as sinalizações da autoridade monetária em relação ao futuro da taxa de juros do país e o cenário da atividade econômica nos próximos meses.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,22%, sendo negociado a R$ 4,9050 para venda. No mercado futuro, contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2020 apresentava valorização de 0,01%, cotado a R$ 4,905.

“O dólar está sem direção única acompanhando o exterior em meio aos mercados mistos. Investidores estão em compasso de espera pelo Fed, aguardando uma possível leitura sobre o futuro das taxas de juros e das projeções econômicas da maior economia do mundo, em movimento de cautela”, comenta a analista da Toro Investimentos, Paloma Brum.

Ela acrescenta que a cotação da moeda estrangeira deverá oscilar até a decisão da autoridade monetária, às 15 horas, seguida pela coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell. Além disso, amanhã será feriado no mercado doméstico interrompendo o funcionamento da bolsa de valores, a B3, sendo mais um fator de cautela na sessão.

Sobre o Fed, a equipe econômica do Bradesco destaca que o banco central norte-americano deverá manter não apenas o patamar de juros – na faixa entre 0% e 0,25% – como tende a não alterar o programa de compras de títulos. “Powell deverá reforçar a visão de que o juro não deve ir para o terreno negativo e ao mesmo tempo, tende a manter um discurso de cautela”, dizem os analistas do banco.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) oscilam entre margens estreitas, sem um viés definido, rondando os níveis dos ajustes da véspera. Os investidores monitoram o vaivém do dólar e absorvem os dados sobre a inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA), enquanto aguardam os eventos de hoje à tarde envolvendo o Federal Reserve.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,185%, de 2,175% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,13%, de 3,14% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,19%, de 4,22%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,77%, de 5,78%, na mesma comparação.