MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – O Ibovespa opera em leve alta depois ter oscilado entre perdas e ganhos perto da abertura do pregão, na expectativa de que a B3 possa funcionar apesar de a lei que antecipa feriados na cidade de São Paulo ter sido sancionada. Investidores também estão atentos a declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovesoa registrava alta de 1,03%, aos 82.037,45 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,74%, aos 82.110 pontos.

“Parece que os mercados estão um pouco de ressaca, as Bolsas subiram muito ontem, mas investidores estão também esperando a definição sobre o mega feriado e acompanhando o Powell”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

No intuito de aumentar o isolamento social e evitar novos casos de covid-19, o governo de São Paulo decidiu antecipar feriados locais para esta quarta e quinta-feira, com a sexta-feira se tornando ponto facultativo. A B3 informou que estava acompanhando a questão e negociando para evitar impactos negativos, em uma tentativa de manter pregões, atendendo à pressão de agentes do mercado.

Há pouco, o prefeito Bruno Covas também afirmou, em entrevista, que a antecipação de feriados não impede funcionamento do mercado financeiro em São Paulo, que não é necessária qualquer exclusão da lei, mas que os funcionários devem então, receber pagamento de hora extra.

Já no exterior, o presidente do Fed e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, estão neste momento dando depoimento ao Comitê Bancário do Senado. Powell voltou a afirmar que o Fed tem mais ferramentas para apoiar a economia e busca maneiras de ampliar empréstimos locais. No entanto, declarações nesse sentido já impulsionaram Bolsas ontem e não são suficientes para fazer com que os índices norte-americanos se mantenham no campo positivo hoje.

Depois de exibir queda abaixo de R$ 5,70 no início dos negócios, o dólar opera em alta frente ao real acompanhando o exterior onde o dólar reduziu a desvalorização frente às principais moedas globais, enquanto aqui, um movimento técnico levou a moeda mudar o sinal, além das incertezas do mercado em relação ao funcionamento da bolsa de valores, a B3, nos próximos dias em meio ao decreto da prefeitura de São Paulo que autoriza a antecipação de feriados municipais.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava retração de 0,34%, sendo negociado a R$ 5,7050 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 0,31%, cotado a R$ 5,708.

“As incertezas quanto ao funcionamento da B3 com a antecipação de feriados puxam essa alta. Antecipar o feriado de forma não planejada ocasionaria uma série de problemas jurídicos e operacionais dentro da bolsa. O mercado acaba ficando um pouco ansioso quanto a isso”, avalia o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz.

Diante disso, a economista de uma corretora de investimentos local acrescenta que a demanda por “hedge” (proteção) aumentou no fim da manhã. Porém, Ortiz aposta que o dólar deve arrefecer ao longo da tarde com a notícia de que a prerrogativa a respeito da bolsa brasileira é do Banco Central (BC) e não do município.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, sancionou hoje o projeto de lei aprovado ontem, em votação virtual pela Câmara dos Vereadores, que permite a antecipação de feriados municipais na cidade. A proposta foi enviada por Covas para aumentar o isolamento social por meio de um feriadão que duraria de amanhã até domingo.

Seriam antecipados os feriados de Corpus Christi (11 de junho) e o da Consciência Negra, em 20 de novembro. Já o governador, João Doria, estuda antecipar para segunda-feira o feriado estadual de 9 de julho. A proposta será analisada na Assembleia Legislativa de São Paulo hoje, com expectativa para ser votada na quinta-feira.

Uma correção técnica também levou o dólar a oscilar em alta, diz o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik. “O dólar ficou barato aqui e nos deixa na contramão das outras moedas [de países] emergentes. Como a moeda chegou a ficar abaixo de R$ 5,70, chamou muito importador para os negócios. Além disso, alguns bancos aproveitaram para recompor a posição aproveitando justamente o nível do dólar”, comenta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) não conseguiram sustentar a queda ensaiada logo na abertura do pregão e passaram a oscilar entre margens estreitas, sem um viés definido, monitorando a mudança de sinal no dólar, que já é cotado acima de R$ 5,75. A movimentação da curva a termo é limitada pela expectativa em torno do funcionamento da B3, após o decreto que estabelece feriado na cidade de São Paulo amanhã e depois.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,54%, de 2,535% do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,43%, de 3,42% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,57%, de 4,58%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,54%, de 6,59%, na mesma comparação.