MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

802
Foto: Wagner Magni / freeimages.com

São Paulo – O Ibovespa passou a subir mais de 2% logo após a abertura em movimento de otimismo externo com acordo entre os Estados Unidos e China, fazendo as Bolsas pelo mundo subirem. Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,01% aos 79.695,12 pontos. O volume financeiro do mercado era de cerca de R$ 11,5 bilhão. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 subia 1,08% aos 79.730 pontos.

“O mercado acionário no exterior segue no campo positivo nesta manhã de sexta-feira, agora sustentadas por noticias de que EUA e China prometeram ampliar cooperação comercial e criar condições para iniciar a fase 1 do acordo feito pelos dois países no final do ano passado”, avaliou Pedro Galdi, analista de investimentos Mirae Asset Corretora, em relatório.

O especialista diz ainda que é preciso ficar atento em como o mercado interpretará os dados de emprego nos Estados Unidos.

A economia dos Estados Unidos fechou 20,5 milhões de vagas de trabalho em abril e a taxa de desemprego subiu para 14,7%, de 4,4% em março. O número de vagas fechadas veio abaixo da projeção dos analistas, que esperavam fechamento de 22 milhões de postos de trabalho. A taxa de desemprego também veio abaixo da previsão, de 16,3%.

Os dados foram divulgados pelo Departamento do Trabalho do país e as estimativas foram levantadas com analistas pela Agência CMA. O Departamento do Trabalho informou também que o número de vagas fechadas em março foi revisado para baixo, para 870 mil. Originalmente, havia sido divulgado o fechamento de 701 mil empregos no período. A criação de vagas de fevereiro foi revisada para baixo, de 275 mil para 230 mil.

O dólar comercial tem queda firme e opera abaixo de R$ 5,77, refletindo o dia mais positivo no exterior e para moedas de países emergentes em meio ao enfraquecimento da moeda estrangeira com sinais de arrefecimento na tensão entre Estados Unidos e China, que ganhou novos capítulos nesta semana, e com os números piores do mercado de trabalho norte-americano.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,19%, sendo negociado a R$ 5,7660 para venda. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava desvalorização de 1,29%, cotado a R$ 5,770.

“O exterior sustenta a queda junto a uma pontual tranquilidade no ambiente interno sem notícias negativas no front político. É um alívio pontual também com o mercado encontrando um espaço para realização, mesmo com a liquidez reduzida”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Mais cedo, saíram os dados de abril do mercado de trabalho norte-americano, o payroll, com o fechamento de 20,5 milhões de vagas, ante expectativa de 22 milhões de postos de trabalho. Enquanto a taxa de desemprego saiu de 4,4% em março para 14,7% no mês passado, diante projeção de 16,3%.

“Resultado sem precedentes e um pouco menos desastroso que o consenso. Em apenas um mês, foram eliminados todos os empregos criados desde meados de 2011, em termos líquidos acumulados”, avalia o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos.

O economista ressalta que é esperada alguma estabilização com a redução das medidas de isolamento, mas a retomada deverá ser gradual. “O que se traduzirá em um longo período para a recuperação das perdas associadas à pandemia. Uma reversão plena do estrago deverá levar anos”, acrescenta.

Apesar do recuo após cinco pregões seguidos de alta, Rugik reforça que a moeda “caminha a passos largos” em busca dos R$ 6,00 em meio ao atual desconforto no mercado local de câmbio, ditado pela combinação entre juros “cada vez mais baixos”, economia em colapso e persistentes incertezas no cenário político. “Espero estar enganado, pois dólar nesses níveis não é bom para ninguém”, avalia

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, reagindo à deflação maior que a esperada em abril e ao recuo do dólar para abaixo de R$ 5,75, com o cenário externo favorável à tomada de risco. Os investidores também aproveitam para retirar prêmios, diante da sinalização nesta semana, do Comitê de Política Monetária (Copom), de que a Selic deve cair mais em junho.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,50%, de 2,545% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,26%, de 3,34% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,46%, de 4,57%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,45%, de 6,53%, na mesma comparação.