MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo – Em dia de forte volatilidade, o Ibovespa voltou a operar em alta. O principal índice da B3 abriu com ganho, mas logo depois passou a cair, e agora, no início da tarde, voltou a avançar.

Por volta das 13h15 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,87% aos 79.751,64 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0.87%, aos 79.860 pontos.

O dólar comercial opera em forte alta, renovando máximas sucessivas acima do patamar inédito de R$ 5,87, em meio à saída de investimentos estrangeiros após a postura agressiva do Banco Central (BC) ao cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual (pp), acima do esperado, e sinalizar que deverá realizar mais cortes na próxima reunião, em junho. Somado a isso, o investidor eleva o tom de cautela com o cenário político.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,98%, sendo negociado a R$ 5,8170 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 1,65%, cotado a R$ 5,824.

“O Copom surpreendeu não apenas com o corte, mas com a sinalização de mais cortes. Isso está afugentando o investidor estrangeiro. Enquanto na política, os poderes Executivo e Judiciário trabalham como um jogo de xadrez, levando o investidor a proteção”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

A equipe econômica da Commcor reforça que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi por um corte de 0,75 pp, mas com a “porta escancarada” para repetição desse movimento na próxima reunião.

Os analistas da corretora citam um trecho do comunicado do Copom no qual ressalta que, para a próxima reunião, “condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19 [doença provocada pelo novo coronavírus]”.

“Como de costume, o documento expôs o que enxerga de cenário, frisando a desaceleração significativa da atividade global, recuo nas cotações das commodities, aumento da volatilidade nos mercados e realidade crescentemente desafiadora às economias emergentes, pontuando que o movimento de saída de capitais se mostra significativamente superior aos episódios anteriores de crise”, destacam os profissionais da Commcor.

Gomes, por sua vez, diz que o estresse na moeda deverá seguir intenso no qual deverá chegar ao patamar de R$ 6,00 em “questão de dias”, não apenas pelo corte da taxa Selic e pela saída de investidores estrangeiros, mas com todo o contexto da pandemia e a crescente curva no número de infectados e de mortos no país.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm os ajustes à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ontem. Os vértices mais curtos retiram prêmios, reagindo ao corte maior que o consenso na Selic e à sinalização de queda adicional em junho, ao passo que os vencimentos mais longos sobem, em meio à escalada do dólar para além de R$ 5,85 e aos riscos fiscais no país.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,53%, de 2,745% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,35%, de 3,53% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,58%, de 4,60%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,49%, de 6,40%, na mesma comparação.