MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em alta desde a abertura dos negócios em mais um dia de influência no mercado acionário brasileiro, apesar de ter perdido força de alta no início da tarde. As ações da Petrobras e da Vale sobem mais de 3% na sessão amparadas pela recuperação nos preços do barril de petróleo.

Por voltas das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,09% aos 80.995,49 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,61% aos 80.995 pontos.

“O cenário já está dado. O que temos que ficar de olho no momento é a questão do preço do petróleo. Fora isso, é economia a economia que já sabemos que vai patinar por causa da pandemia. Agora, a Bolsa sobe porque a Petrobras está se ajustando. Junto com ela, as ações da Vale também sobem”, explicou José Costa, economista-chefe da Codepe Corretora.

Costa chama a atenção para as empresas do setor de consumo, com ações subindo forte e já demonstrando que após a abertura da economia as vendas serão boas. “Veja a linha nobre de consumo como as vendas estão bombando. Varejo está vendendo muito e isso mostra que teremos um bom mercado após a abertura”, afirmou o economista-chefe.

Em sessão de forte volatilidade, o dólar comercial tem alta firme frente ao real e segue renovando máximas históricas e busca o patamar inédito de R$ 5,50 em meio à incertezas do mercado doméstico com a situação fiscal do país, enquanto as incertezas quanto a economia global prevalecem.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,81%, sendo negociado a R$ 5,4560 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em mio de 2020 apresentava recuo de 0,09%, cotado a R$ 5,459.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, reforça que, apesar de um ambiente um pouco mais positivo no exterior com o preço dos contratos futuros de petróleo em alta, a preocupação com o déficit fiscal do país leva investidores domésticos para a cautela.

“Temos uma perspectiva ruim para a nossa economia, com uma piora da arrecadação do governo. A perspectiva do quadro fiscal é muito ruim e com isso, o câmbio volta a ser porto seguro dos investidores”, comenta.

Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que cria um programa de apoio às micro e pequenas empresas facilitando o acesso ao crédito com a oferta de R$ 10,9 bilhões enquanto durar o estado de calamidade pública no país. Além disso, o Senado aprovou outro projeto de Lei que amplia o pagamento de benefícios dos cadastrados no programa Bolsa Família e CadÚnico e acrescenta outros trabalhadores não inclusos no projeto do auxílio emergencial durante a pandemia, como trabalhadores autônomos e taxistas.

Rugik pontua que esse contexto mostra um gasto crescente do governo que deverá deteriorar as contas públicas no médio e longo prazo. “Há uma forte incerteza quanto a nossa economia e na medida em que o governo anuncia novos pacotes, a gente só espera pagar a conta, que deverá ser bem cara”, pondera.

Com a moeda próxima do patamar de R$ 5,50, ele acrescenta que a forte demanda pela moeda nos mercados à vista e futuro ajudam a sustentar o dólar em patamares históricos. “O Banco Central pode entrar com os swaps [venda de dólares no mercado futuro] como fez hoje. Não vai baixar o dólar. Ele precisa ser mais agressivo na atuação no câmbio ou dar pistas de que deverá manter a taxa de juros que já está baixa”, ressalta.

Após abrir sem uma direção única, as taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em alta, recompondo prêmios ao longo de toda a estrutura a termo. Enquanto os vértices mais curtos calibram as expectativas em relação ao rumo da Selic em maio, os vencimentos mais longos são pressionados pelo dólar e pelo tradicional leilão de títulos públicos do Tesouro Nacional.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,715%, de 2,65% no ajuste anterior, na última segunda-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,35%, de 3,19% após ajustes antes do feriado; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,41%, de 4,21%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,09%, de 5,86%, na mesma comparação.