MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em alta na sessão de hoje na esteira dos movimentos dos Bolsas da Europa e dos Estados Unidos. Para a sequência do dia, é esperada a divulgação dos estoques de petróleo norte-americano, podendo trazer um pouco de volatilidade ao mercado após a crise envolvendo commodity.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,17% aos 80.687,08 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho apresentava avanço de 1,79% aos 80.980 pontos.

“Ontem os mercados desabaram pelo mundo. O Ibovespa começou em alta, mas com o índice futuro ajustando as quedas das ADRs [american depositary receipts, recibos de ação de empresas estrangeiras negociados na Bolsa de Valores de Nova York] que caíram forte ontem. Após abrir EUA e ajustar, o futuro já passou a subir”, explicou Pedro Galdi, analista de investimentos Mirae Asset Corretora.

“Hoje de manhã o ministro de energia da Rússia falou algo sobre corte entre 15 e 20 milhões de barris”, afirmou Galdi.

Um dos setores que vem caindo desde segunda e trazendo um peso negativo ao Ibovespa é o setor bancário. Segundo Galdi, isso é reflexo do início da temporada de balanços nos Estados Unidos onde os bancos mostraram forte recuo nos resultados do primeiro trimestre do ano. “Resultados estão vindo ruins lá fora, ainda temos problemas de alongamento de dívidas, governo pressionando para concederem crédito, Selic caindo e spread mais apertado”, avaliou Galdi.

O dólar comercial opera em forte alta frente ao real, nas máximas histórias em busca, acompanhando o exterior negativo para as moedas de países emergentes e ligadas às commodities em meio à derrocada do preço do petróleo, além de correção na volta do feriado local. Entre as principais divisas, o real é a que mais se desvaloriza.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,73%, sendo negociado a R$ 5,4000 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava avanço de 1,53%, cotado a R$ 5,403.

“A tendência segue de dólar valorizado lá fora com potencial de chegar a R$ 5,50. Esse movimento não é apenas local. Lá fora, investidores seguem em ritmo de cautela”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Apesar do mercado acionário operar com sinal positivo, assim como o preço do petróleo, as principais moedas de países emergentes perdem em relação ao dólar em meio às incertezas que assombram as economias com os desdobramentos do novo coronavírus na economia. A economista-chefe de uma corretora local ressalta a “falta de fluxo estrangeiro” no mercado doméstico, o que sustenta a moeda em patamares históricos.

“Tenho escutado que o mercado não tem vendedor. O investidor que tem dólar está segurando. Nosso principal vendedor, o Banco Central, tem entrado de forma leve no mercado e hoje é dia de entrar já que estamos totalmente fora do compasso de outras moedas emergentes”, acrescenta Rugik sugerindo que o BC deverá atuar no mercado hoje. “Pode ser com dólares à vista ou com swap cambial [operação de venda de dólares no mercado futuro]”, completa.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda acelerada, na contramão da alta firme do dólar, que é cotado em nova máxima histórica (nominal) em relação ao real. O movimento da curva a termo local acompanha o recuo no rendimento (yields) dos bônus no exterior e é alimentado pela perspectiva de novos cortes na Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,685%, de 2,84% no ajuste anterior, na última segunda-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,25%, de 3,37% após ajustes antes do feriado; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,24%, de 4,37%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,87%, de 5,96%, na mesma comparação.