MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa opera em queda desde a abertura. Apesar de cair mais forte no início da sessão, o índice perdeu um pouco de força na queda perto do início da tarde. A queda livre nos preços do barril de petróleo tipo WTI, pressionava as ações da Petrobras. Além disso, o cenário político local mais negativo manteve os investidores na defensiva, nesta véspera de feriado nacional.

Por volta das 13h30, (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,34% aos 78.719,90 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 22,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 0,41% aos 78.945 pontos.

“O cenário externo mais negativo e a tensão política interna se intensificando devem provocar queda da Bolsa doméstica na abertura”, resume, em comentário matinal, o analista da CM Capital Markets, Alexandre Almeida. Segundo ele, enquanto o petróleo tem queda forte, refletindo os desequilíbrios entre oferta e demanda, o cenário político nacional ficou mais tenso durante o fim de semana.

“As manifestações a favor do governo e em protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal tiveram o apoio veemente do presidente Jair Bolsonaro, que inclusive discursou”, observa. O analista da CM lembra que as manifestações foram duramente criticadas por estados e municípios, além dos poderes Legislativo e Judiciário.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real, ao redor de 1%, acompanhando o exterior negativo em meio à forte queda do preço do petróleo que impacta os mercados de países emergentes. Aqui, além de os investidores seguirem atentos à política, a proteção em véspera de feriado corrobora para a valorização da moeda.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,10%, sendo negociado a R$ 5,2970 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava avanço de 1,10%, cotado a R$ 5,299.

O analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, ressalta que os efeitos do isolamento em diferentes países, que dura pouco mais de um mês, já se reflete na economia real, como no caso do petróleo, no qual o tipo WTI derrete ao patamar de US$ 10 o barril, queda de mais de 40% o contrato para maio.

“Mesmo com o recente acordo para redução da oferta pelos grandes produtores [Rússia e Arábia Saudita], o que se percebe é que um novo corte de oferta terá que ser buscado em breve. Os governos de alguns países já começam a montar o plano de retirada da população da quarentena, sendo tema de discussão nos Estados Unidos e em países da Europa”, comenta o analista.

O estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, reforça que outro fator que preocupa é a capacidade de os Estados Unidos armazenarem o petróleo, já que pode estar perto do limite. “O volume de petróleo armazenado no país está aumentando, à medida que as refinarias produzem menos com a queda na demanda”, diz.

Galdi destaca que como é feriado local amanhã, é natural que a moeda tenha forte volatilidade, apesar do viés negativo. Diante disso, Bevilacqua acrescenta que a propensão de investidores “manterem posições” também diminui.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) apagaram a alta exibida logo na abertura do pregão e passaram a cair, principalmente nos vértices curtos e intermediários da curva a termo, em meio a relatos envolvendo o Banco Central. Já o trecho longo segue pressionado pelos cenários externo e político local mais negativo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,895%, de 3,045% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,38%, de 3,64% após ajustes ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,43%, de 4,60%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,05%, de 6,09%, na mesma comparação.