MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após oscilar perto da abertura, o Ibovespa passou a mostrar leve queda em linha com os principais mercados acionários no exterior, que mostram alguma cautela diante de mortes confirmadas no Japão e na Coréia do Sul em função do coronavírus. Na cena doméstica, os balanços corporativos seguem no foco, com destaque para o da Petrobras.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,33% aos 114.963,53 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava retração de 1,20% aos 115.535 pontos.

“O mercado já tem precificado a questão do coronavírus, mas toda vez que temos alguma notícia diferente pode afetar um pouco”, disse o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter, que não descarta, porém, que as Bolsas voltem a melhorar ao longo do dia.

Investidores seguem preocupados com a propagação do vírus, que já deixou 2,1 mil mortos na China. A Coreia do Sul confirmou hoje a primeira morte pelo vírus, e outras duas pessoas morreram no Japão. As notícias acabaram ofuscando um pouco a decisão do Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) de cortar a taxa principal de empréstimo de um ano de 4,15% para 4,05%, entre outras medidas de estímulo, como parte de esforços para combater os impactos econômicos do coronavírus.

No Brasil, ações como as da Petrobras reagem a resultados financeiros do quarto trimestre. Segundo Esteter, o balanço da estatal veio dentro do esperado pelo mercado e foi considerado positivo, o que pode atrair alguma realização de lucros, já que os papéis também já subiram nos últimos pregões.

As ações de bancos, por sua vez, operam com variações modestas hoje apesar de o Banco Central (BC) ter cortado a alíquota de recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%, o que é positivo para o setor.

As maiores quedas do Ibovespa também são de ações que refletem balanços, mas que vieram abaixo do esperado, caso do Pão de Açúcar, Ultrapar, Gerdau Metalúrgica e da Gol.

Na contramão, as maiores altas do índice são da Embraer, da Via Varejo e da Braskem. A Embraer informou que juntamente com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acordaram em estender por 90 dias o prazo da monitoria externa e independente realizada no âmbito do acordo como condicional da persecução criminal, em caso que é acusada de descumprir leis anticorrupções nos Estados Unidos.

Após romper o patamar inédito de R$ 4,39, o dólar comercial desacelerou os ganhos frente ao real chegando a renovar mínimas na sessão, abaixo de R$ 4,36, e com o contrato futuro para março ficando negativo em “movimento significativo de vendas”, diz o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,73%, sendo negociado a R$ 4,3970 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2020 apresentava avanço de 0,71%m, cotado a R$ 4,397.

“O dólar caiu sozinho por conta de fluxo vendedor. Algum exportador deve ter feito uma venda grande. Porque o Banco Central não anunciou nenhuma intervenção”, comenta Gomes. A economista-chefe de uma corretora local sugere que a autoridade monetária pode ter “sondado” algumas mesas de câmbio, o que refletiu no recuo da moeda. “Não teve notícia e o BC também não entrou”, ressalta.

“Teve uma venda significativa de alguns bancos”, acrescenta o operador de câmbio de uma corretora nacional. A moeda abriu os negócios pressionada acompanhando o exterior nas máximas históricas acima de R$ 4,38. Ao longo da manhã, a divisa estrangeira renovou recordes sucessivos chegando ao nível de R$ 4,3930 (+0,64%).

Gomes ressalta que a moeda ficará pressionada entre hoje e amanhã. “É o mercado se preparando para o feriado prolongado aqui. Só voltaremos na quarta-feira enquanto lá fora, não para. Entre hoje e amanhã, o mercado vai trabalhar protegido”, diz.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem passaram a subir com mais força. Os vértices intermediários e longos são influenciados em alta pelo avanço do dólar para novas máximas históricas, o trecho mais curto digere a decisão do Banco Central sobre o compulsório bancário e a prévia deste mês do índice de preços ao consumidor (IPCA-15).

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,215%, de 4,190% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,72%, de 4,65% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,29%, de 5,20%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,07%, de 5,97%, na mesma comparação.