MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa mostra volatilidade nesta manhã, mas opera predominantemente no campo negativo, diante da continuidade da cautela em função da pandemia do novo coronavírus e das fortes quedas das Bolsas norte-americanas. No entanto, papéis como os da Vale operam em alta e fazem com que o índice tenha desempenho melhor do que o de Bolsas no exterior.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,15% aos 77.562,80 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 0,76% aos 77.575 pontos.

“Até que o Ibovespa está indo bem, caindo menos do que o restante do mundo. Há um arrefecimento de novos casos de coronavírus em alguns países, além disso, ações de empresas mais expostas à China, como as da Vale, Suzano e JBS, estão indo melhor, já que a atividade está começando a voltar por lá”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

Investidores observam uma redução no ritmo de surgimento de novos casos de covid-19 em países como Espanha e Itália, embora mortes continuem ocorrendo em todo o mundo e ainda não há uma vacina para conter a pandemia. O número de infecções causadas pelo novo coronavírus no mundo passou de 1,8 milhão, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, e agora somam 1.863.406. As mortes por covid-19 totalizam 115.225.

Ainda no exterior, há incertezas sobre o tamanho do corte da produção de petróleo. Os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se comprometeram a reter 9,7 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo dos mercados globais. No entanto, o corte não tem sido visto como suficiente diante da forte queda da demanda prevista, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a Opep quer cortar ainda mais a produção, chegando a 20 milhões de bpd.

Com as falas de Trump, os preços do petróleo aceleraram ganhos, mas as ações da Petrobras ainda mostram volatilidade, com as preferenciais em queda, e as ordinárias em alta.

O diretor da SRM Asset também destaca que investidores vão ficar de olho em indicadores econômicos e balanços corporativos que começaram a ser divulgados esta semana, em busca de sinais do tamanho do impacto da pandemia.

O dólar acelerou os ganhos e sobe perto de 2% acompanhando o exterior onde as moedas de países emergentes operam com fortes perdas, além do viés do movimento técnico e de recuperação na volta do feriado prolongado e de uma sequência de quatro quedas seguidas na semana passada. O acordo firmado em torno do petróleo também impacta mercados globais.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,72%, sendo negociado a R$ 5,1899 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2020 apresentava avanço de 1,29%, cotado a R$ 5,184.

Após o acordo firmado entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliadas, grupo conhecido como Opep+, de cortar coletivamente a produção de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a Opep quer cortar 20 milhões de bpd, após uma queda na demanda devido à crise do novo coronavírus.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, em meio ao corte de produção, a oferta segue muito alta mesmo com uma perda expressiva de demanda. “Isso vai sustentar o preço do petróleo para baixo por um tempo”, diz.

Ela acrescenta que, além do movimento técnico de recuperação da moeda norte-americana após quatro pregões de queda e com fundos de investimento mudando a “posição vendida para comprada” nos últimos dias em meio à liquidez, os números do novo coronavírus preocupam no país já que há uma previsão de aceleração das mortes por aqui.

Nesta semana, o principal item na pauta da Câmara dos Deputados é a votação do “Novo Plano Mansueto”, que rege a transferência emergencial de recursos da União para os estados e municípios. No Senado, as discussões em torno do orçamento paralelo de combate ao coronavírus e seus impactos econômicos, conhecido como o Orçamento de Guerra, devem dominar os debates.

“O cenário político também corrobora para a forte alta da moeda e com o ambiente de incertezas. O Plano Mansueto trouxe uma apreensão para o mercado por causa da bomba fiscal que isso pode virar. E o mercado está apreensivo com a forma como o Congresso pode lidar com a pauta”, avalia.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com leves oscilações, mas apagaram o viés de baixa ensaiado logo na abertura do pregão, principalmente no trecho longo da curva a termo, com os investidores atentos ao lado fiscal do governo e também refletindo a alta de mais de 2% do dólar. Já os vértices mais curtos ainda caem, em meio às apostas de novos cortes na Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,135%, de 3,150% no ajuste anterior, na última quinta-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,78%, de 3,87% após o ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,94%, de 5,02% antes do feriado prolongado; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,58%, de 6,63%, na mesma comparação.