MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Embora já tenha desacelerado levemente os ganhos, o Ibovespa segue em forte alta com a continuidade do rali visto ontem em Bolsas no exterior diante de sinais de que novos casos de coronavírus estão arrefecendo em alguns países. Na cena local, também colabora a manutenção do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no cargo, depois que notícias de que ele seria demitido fizeram o Ibovespa desacelerar ganhos ontem.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 6,89% aos 79.179,07 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 6,52% aos 79.235 pontos.

“Sinais de estabilização de contágio pelo covid-19, a não saída de Mandetta do ministério e o petróleo em alta puxam as ações líderes da Bovespa”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.

Os últimos números mostraram que países como Itália e Espanha, além de Nova York, nos Estados Unidos, estão provavelmente ultrapassando o pico de casos de coronavírus, o que anima investidores desde ontem. Também chama a atenção a notícia de que a China não reportou nenhuma morte pelo coronavírus hoje, pela primeira vez desde o início das contagens diárias.

Já no Brasil, Mandetta disse que ficará no cargo após rumores de que seria demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. Notícias apontam que militares pressionaram pela manutenção do ministro, que tem tido aprovação popular e divergências com Bolsonaro sobre medidas de isolamento social.

Após abrir em queda de mais de 2% frente ao real, o dólar comercial desacelerou as perdas frente ao real e voltou ao nível de R$ 5,25 em meio ao fluxo doméstico, mas ainda exibe o bom humor que prevalece no mercado externo com a percepção de arrefecimento nos números do novo coronavírus em alguns epicentros na Europa, além da China não ter registrado nenhuma morte pela primeira vez desde o início da epidemia.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,24%, sendo negociado a R$ 5,2250 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 202 apresentava recuo de 1,10%, cotado a R$ 5,237.

O diretor de câmbio de uma corretora nacional destaca que a moeda “ficou barata e os importadores compareceram na compra” após a moeda renovar mínimas a R$ 5,18. Já o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, acrescenta que aqui há “um pouco de preço no risco político” em meio aos rumores de que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, seria demitido ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. O ministro segue no cargo.

Lá fora, o dólar segue enfraquecido frente às moedas pares e de países emergentes com as notícias de que o número de mortos pela Covid-19 está desacelerando na Europa, enquanto na China, o governo anunciou que não houve mortes pela doença ontem. Os economistas do Bradesco avaliam que o “pico” do número de casos no continente europeu parece ter ficado para trás.

“Ainda assim, esses ganhos são limitados pela cautela com a situação em outras regiões. Nos Estados Unidos, a disseminação da doença ganhou força nos últimos dias. No Japão, o aumento do surto levou o governo a declarar estado de emergência por um mês. Enquanto no Reino Unido, investidores monitoram a saúde do primeiro-ministro Boris Johnson, que está na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] por causa da doença”, ressaltam.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, beneficiadas pelo cenário externo favorável ao apetite por risco, em meio ao noticiário sobre a pandemia de coronavírus, o que ofusca os ruídos políticos vindos de Brasília.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,22%, de 3,27% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,07%, de 4,16%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,36%, de 5,49% após o ajuste de ontem; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,95%, de 7,07%, na mesma comparação.