MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue operando em alta, mas já reduziu ganhos acompanhando a volatilidade vista nas Bolsas norte-americanas, apesar da expectativa de aprovação do pacote trilionário de ajuda à economia do país. Investidores também monitoram desdobramentos do discurso do presidente Jair Bolsonaro e a manutenção de quarentenas nos Estados.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília0< o Ibovespa registrava alta de 5,78% aos 73.762,21 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 6,85% aos 73.730 pontos.

“Embora menor, a volatilidade deve continuar em função das incertezas sobre a velocidade da disseminação do coronavírus e sobre quarentenas. O mercado começa a melhorar, mas também quer ver a aprovação do pacote nos Estados Unidos para ter uma certeza”, disse o analista da Necton Corretora, Gabriel Machado.

Ontem à noite, a Casa Branca e os líderes democratas e republicanos do Senado chegaram a um acordo sobre um pacote de estímulos de aproximadamente US$ 2 trilhões, que inclui ajuda direta à população. No entanto, o pacote ainda precisa ser votado e há receio de que o número de casos nos Estados Unidos, que já o terceiro país com mais casos, continue crescendo. Com isso, as Bolsas do país operam mistas no momento.

Já na cena doméstica, o cenário político voltou ao radar depois que Bolsonaro afirmou que as pessoas devem “voltar à normalidade” e abdicar de medidas que restringem a circulação, questionando o fechamento de alguns setores do comércio e até de escolas, mesmo diante do número crescente de casos confirmados e de mortes provocadas pela epidemia. A fala gerou reação contrária de líderes do Congresso e entidades médicas.

Para Machado, o discurso de Bolsonaro traz preocupações caso possa gerar inclusive a saída de algum ministro e por aumentar dúvidas sobre as estratégias de quarentenas que têm sido impostas por governadores.

Entre as ações, as da Vale e de siderúrgicas, como da Usiminas pesam positivamente sobre o índice hoje, acompanhando a alta dos preços do minério de ferro e melhora da situação na China. Já as maiores altas do índice no momento são da Gol, da Braskem e da Azul, que se recuperam de fortes perdas recentes.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real seguindo o cenário externo que reage com otimismo ao acordo firmado no Senado dos Estados Unidos, entre democratas e republicanos, no qual o pacote de estímulos econômicos de US$ 2,0 trilhões pode ser votado ainda hoje. O leilão de linha realizado pelo Banco Central (BC) superior a US$ 3,0 bilhões corroborou para a queda da moeda, após forte oscilação na abertura dos negócios.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,80%, sendo negociado a R$ 5,0430 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 1,15%, cotado a R$ 5,043.

“O acordo no Congresso norte-americano acabou ajudando os países emergentes com a redução da aversão ao risco. Mas seguiremos em um período de forte instabilidade”, comenta o consultor da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, junto da atuação recente dos principais bancos centrais do mundo e da melhora verificada no quadro técnico dos mercados, o novo pacote de gastos ajudou a “reviver” o apetite de investidores por ativos de risco.

Faganello avalia que a atuação dos Bancos Centrais tem tido um “papel interessante e fundamental” para amortecer as perdas dos mercados globais e as incertezas quanto a economia mundial que caminha a passos largos para uma possível recessão em meio à quarentena imposta à vários países.

O consultor da Advanced acrescenta que o leilão de linha do BC realizado mais cedo, no qual colocou no mercado toda a oferta de US$ 3,3 bilhões, contribuiu consideravelmente para a queda da moeda no mercado doméstico.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, diante da melhora do apetite por risco nos mercados globais, que tentam dar continuidade ao rali da véspera. O movimento de retirada de prêmios é potencializado pelos indicadores econômicos domésticos que favorecem as apostas de novos cortes na Selic em breve.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,50%, de 3,68% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,69%, de 4,99% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,18%, de 6,70%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 7,76%, de 8,33%, na mesma comparação.