MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após ter registrado um circuit breaker perto da abertura e já ter caído mais de 14%, se aproximando de um segundo circuit breaker, o Ibovespa reduziu perdas acompanhando de perto o movimento das Bolsas norte-americanas e com investidores vendo com bons olhos as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O índice também tem se mantido acima dos 70 mil pontos, patamar que poderia começar a disparar mais vendas. Porém, o nervosismo segue nos mercados em função da pandemia de coronavírus.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 10,01% aos 74.400,20 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 34,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 6,89% aos 74.485 pontos.

Para o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, as declarações de Maia, que foram considerada pelo mercado mais sensatas e preocupadas com a pandemia do que as falas do presidente Jair Bolsonaro, ajudaram a reduzir um pouco o pânico entre os investidores. Maia reduziu o tom nas críticas ao presidente hoje e tem se movimentado para orientar parlamentares a aprovarem medidas contra ao coronavírus, apesar de a circulação estar mais restrita no Congresso.

“O governo mandou um projeto do coronavírus e é difícil alguém ficar contra, né. A gente constrói o acordo antes fora pelo WhatsApp, conversando pelo telefone”, disse em mensagem enviada por meio de aplicativo para deputados. Já o presidente Jair Bolsonaro contrariou orientações médicas e entrou em contato com apoiadores ontem, além de voltar a ter estimulado as manifestações ocorridas no domingo.

No exterior, depois de o índice norte-americano S&P já abrir caindo mais de 8% e também acionar um circut breaker, as bolsas dos Estados Unidos chegaram a reduzir levemente as perdas. A medida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), de cortar a taxa de juros ontem em mais uma reunião extraordinária, ativou novamente o botão do pânico nos mercados, com investidores acreditando que o impacto da pandemia pode ser pior do que esperavam.

O noticiário em torno do coronavírus deve continuar no foco e trazendo volatilidade, com mais países cortando taxas de juros e tomando medidas restritivas, como fechamento de fronteiras.

Depois de buscar os R$ 5,00, o dólar comercial tem alta firme e oscila perto do nível de R$ 4,95 acompanhando o exterior onde as moedas de países emergentes tem perdas significativas acompanhando os ativos globais que reagem a mais um corte inesperado da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Por volta das 13h30, o dólar comercial apresentava alta de 3,25%, cotado a R$ 4,9850 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 3,15%, cotado a R$ 4,985.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, avalia que a decisão do Fed, de antecipar a decisão de política monetária às vésperas da reunião deste mês, assustou, mais uma vez, após a autoridade monetária cortar a taxa de juros no início do mês de forma inesperada.

“Outra ação extraordinária mostra a urgência no controle da situação. Os bancos centrais estão agindo e supervisionando a situação nos países”, comenta.

Para o diretor de câmbio do grupo Ourominas, o corte de juros de 1,0 ponto percentual (pp), vem para tentar ativar a economia em “tempos de crise”. Porém, ele não vê com uma “opção” mais acertada.

“Decisões que, por hora, teriam algum efeito imediato seriam em relação a carga tributária, desonerando empresas, indústrias e comércio em um certo período. Paralelamente a isso, poderiam ser tomadas ações em relação a queda dos juros e outras atitudes necessárias ao controle do vírus, derrubando o ‘status’ de pânico que assola no mundo”, avalia.

Ele acrescenta que a moeda deverá ter uma semana de “bastante volatilidade”, como na semana passada. “As incertezas seguirão impactando o dólar, que poderá bater os R$ 5,00”, diz. Apesar de operar em alta, acima de 2% e do nível de R$ 4,90, o Banco Central (BC) ainda não atuou no mercado, mas a economista da Veedha diz que a aposta é que a autoridade monetária deve anunciar em breve alguma atuação no câmbio.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem sem uma direção definida. Enquanto os vencimentos mais curtos calibram as apostas em relação à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana e se ajustam às perspectivas para a Selic trazidas no relatório Focus; os vértices mais longos têm alta firme, diante da escalada do dólar para além de R$ 4,90.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,80%, de 4,26% após o ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 5,04%, de 5,31% no ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,13%, de 6,14%; enquanto o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 7,27%, de 7,17% na mesma base de comparação.