Membros do BCE vão reavaliar condições em reunião de junho, diz ata

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde / Foto: BCE

São Paulo – Os membros do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) concordaram em reavaliar as condições financeiras na próxima reunião, em junho, e reiteraram sua prontidão em ajustar seus instrumentos monetários, se necessário, de acordo com a ata reunião realizada nos dias 21 e 22 de abril.

“Os membros recordaram que a reunião de política monetária de junho proporcionaria a próxima oportunidade para realizar uma avaliação exaustiva das condições de financiamento e das perspectivas de inflação”, diz a ata, citando a divulgação das novas projeções macroeconômicas.

“O amplo apoio à política monetária continua a ser crucial para além do período de pandemia, a fim de sustentar a inflação e devolvê-la à meta inflacionária. O Conselho do BCE, portanto, precisa continuar pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme necessário, para cumprir seu mandato”.

Na reunião de abril, o BCE manteve seu programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) de US$ 1,850 trilhão de euros, e reiterou que as compras continuarão em ritmo mais alto neste trimestre, de forma flexível, para manter as condições financeiras favoráveis na zona do euro.

Segundo a ata, na reunião os membros concordaram que “o ritmo futuro das compras ao abrigo do PEPP dependia dos dados e continuaria a basear-se na avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspectivas de inflação”.

Os membros concordaram que a recuperação na demanda global e medidas orçamentais adicionais apoiaram a atividade global e da zona do euro, ao mesmo tempo em que retrocessos nas campanhas de vacinação e taxas elevadas de novas infecções por covid-19 em vários países pesam no curto prazo. Assim, a economia da eurozona deve encolher o primeiro trimestre.

“Os membros em geral esperam que uma recuperação mais forte na segunda metade de 2021, mas enfatizaram que a incerteza em torno da perspectiva de crescimento de curto prazo permanece alta”, enquanto os riscos se tornaram mais equilibrados no médio prazo, diz a ata.

INFLAÇÃO

Com relação aos preços, os membros esperam que aumentem ligeiramente em 2021 devido a restrições de oferta de curto prazo e à recuperação da procura interna, com alguma volatilidade na inflação no restante do ano. Já as expectativas de inflação a mais longo prazo mantiveram-se em níveis baixos.

“Os membros em geral concordaram com a importância de analisar o aumento da inflação no curto prazo – que se espera que seja temporário – bem como a elevada volatilidade esperada nos próximos 12 meses”, diz ata.

“Ao mesmo tempo, notou-se que, desde a data limite para as projeções dos especialistas do BCE de março de 2021, tinha havido uma nova revisão em alta das perspectivas de inflação para 2021 e 2022”.

Além do impacto da evolução dos preços da energia, alguns membros argumentaram que a inflação pode acelerar devido a “rupturas na cadeia de abastecimento”, mas o núcleo da inflação e as pressões sobre os preços permanecem moderadas, e não há “nenhuma evidência de que a fixação dos salários estava aumentando significativamente”.

Por fim, para os membros, as condições de financiamento da zona do euro permaneceram amplamente estáveis, com juros de títulos soberanos movendo-se de lado e desacoplados da reprecificação das taxas de juros dos Estados Unidos, enquanto o aumento no início do ano justifica um acompanhamento atento.