Membros do Banco do Japão discutiram flexibilidade em compras de ETFs, diz ata

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O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda / Foto: Banco do Japão

São Paulo – Alguns membros Conselho do Banco do Japão (BoJ) argumentaram a favor de tornar as compras de ETFs (fundos de índice, ou exchange-traded fund, em inglês) mais flexíveis, enquanto a maioria concordou que o banco deve adotar novas medidas de estímulos, se necessário, segundo a ata da reunião realizada nos dias 17 e 18 de dezembro.

Na ocasião, a taxa de depósitos foi mantida em -0,1% e a meta para juros de 10 anos em zero, enquanto o limite de compras anuais de ETFs foi mantido em 12,0 trilhões de ienes. Segundo a ata, alguns membros opinaram que esta medida desempenhou um papel significativo até agora e permanece necessária, com um membro considerando prematuro deixar de realizá-la.

Alguns membros disseram que “o banco deve buscar espaço para ajustes flexíveis dependendo das condições de mercado, levando em consideração os efeitos no funcionamento do mercado, bem como a solidez financeira dos bancos”, diz a ata.

“Um membro diferente considerou que, mesmo sob a diretriz atual de compras de ativos, era possível conduzir compras de ativos de forma mais flexível, dependendo das condições de mercado, mas observou que vale a pena procurar outras maneiras”.

Quanto à condução do controle da curva de juros, “alguns membros comentaram que é necessário que o banco aumente sua sustentabilidade por meio de uma conduta flexível e esteja preparado, para que possa responder de forma eficaz às possíveis mudanças na atividade econômica e nos preços, bem como nas condições financeiras”.

Segundo o documento, os membros concordaram que o BoJ deve monitorar de perto o impacto da covid-19 e “não hesitar em tomar medidas adicionais de afrouxamento se necessário”.

“A maioria dos membros compartilhou a opinião de que, quanto às taxas de política, seria esperam que as taxas de juros de curto e longo prazo permaneçam nos níveis atuais ou mais baixos”, segundo o documento.

“Um membro foi de opinião que, para evitar a economia voltando à deflação, maior coordenação da política fiscal e monetária é necessária”, ao mesmo tempo em que defendeu uma revisão nas orientações futuras para relacionar a política de taxas à meta de estabilidade de preços.

Por fim, alguns membros afirmaram que, embora notícias positivas relacionadas com vacinas contra covid-19 sejam encorajadoras, demorará algum tempo para que vacinas e medicamentos se tornem amplamente disponíveis, e que as incertezas sobre o impacto do novo coronavírus na economia permaneceriam extremamente altas.