Lula determina ritmo acelerado em ações de governo; presidente quer visitar dois estados neste mês

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Reunião ministerial
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou, na primeira reunião ministerial, nesta sexta-feira, que o governo adote um ritmo acelerado de ações e entregas. Lula quer, até o final do mês, fazer viagens a dois estados para lançar programas e obras prometidos durante a campanha eleitoral.

“A meta de mais curto prazo é já em janeiro fazer, antes da viagem à Argentina, duas viagens a estados para inaugurar ou dar início a programas e compromissos seus. Seja em programas habitacionais, educacionais, de saúde”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, escalado para falar no encerramento da reunião ministerial.

“Já saímos com a tarefa de montar no mínimo duas agendas antes da sua viagem à Argentina”, completou. A visita oficial à Argentina está prevista para o dia 23 de janeiro.

Segundo Costa, nos próximos 15 dias, a Casa Civil vai levantar as prioridades de cada ministérios e as obras que podem começar imediatamente. “Em duas semanas vou despachar com ele para ele bater o martelo nesse leque de prioridades e já com um cronograma definido”, disse.

“Os prazos são muito curtos. Ou seja, até o final do mês teremos as prioridades de governo para apresentar para a sociedade, sobre as quais a Casa Civil fará o monitoramento”, completou. Segundo Costa, alguns ministros já apresentaram temas relevantes de suas pastas durante o encontro.

RITMO ACELERADO

O ministro disse que a reunião serviu para Lula “uniformizar a equipe”, mas não foram feitos reparos a falas de ministros posteriormente desmentidas.

Nesta semana, pelo menos dois ministros recuaram de declarações: Carlos Lupi (Previdência), que anunciou a revisão da reforma previdenciária, e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), que defendeu o fim do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“Foi isso que o presidente Lula fez: colocar seus convocados juntos para definir as diretrizes, as prioridades, dizer qual é o ritmo. E ele quer um ritmo muito acelerado de entregas, porque o povo está sofrendo, a fome não pode esperar, muita gente sem casa para morar, problemas graves na saúde”, disse Costa.

“O objetivo da reunião foi esse. Não foi em hipótese alguma fazer reparos”, completou. De acordo com o ministro, “praticamente todos” se manifestaram na reunião, que durou cerca de cinco horas.

Até o final do mês, o governo vai fazer “um esforço concentrado” para fechar as equipes dos ministérios. Segundo Costa, os nomes a serem escolhidos devem reunir qualificação técnica e capacidade de articulação política de forma a ampliar a base de sustentação do governo.

SALÁRIO MINIMO

O salário mínimo deste ano, que já deveria ter sido definido por medida provisória, está sendo avaliado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O valor previsto no Orçamento Geral da União 2023 é R$ 1.320. O aumento teria um custo adicional de R$ 7,7 bilhões.

Costa disse que há um impacto referente ao represamento de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Após eleições foi liberado um contingenciamento grande. Foi uma estratégia financeira de conter pagamento. Se fosse administrativa não haveria como liberar o contingente gigantesco como foi liberado pós eleições”, afirmou.

O ministro disse ainda que o combate à fome no país será tratado de forma transversal no governo. Ou seja, haverá um programa de combate a fome com ações de diferentes pastas. “O combate à fome não é de um ministério, mas de um conjunto de ministérios”, disse.

“Temáticas como o combate à fome, que reúne mais de um ministérios, vamos botar todos juntos e afunilar um roteiro de propostas. Teremos um único programa de combate à fome, então que precisamos combinar as ações de cada ministério e apresentar um único programa de governo”, completou.