Lucro recorrente do Itaú Unibanco cresce 17,4%, para R$ 7,68 bilhões no segundo trimestre

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São Paulo – O lucro líquido recorrente do Itaú Unibanco, que desconsidera itens com impacto pontual sobre o resultado, aumentou 17,4% no segundo trimestre, para R$ 7,68 bilhões, caindo 1,6% em relação a um ano antes. Entre os fatores que mais influenciaram os resultados está o aumento da margem financeira com clientes, impactado positivamente pelo crescimento da carteira de crédito e pela mudança de mix, com crescimento relativo de produtos com melhores spreads, explicou a companhia

Atravessamos mais um trimestre desafiador em que fomos capazes de conquistar resultados sustentáveis, com aumento consistente da rentabilidade dos nossos negócios. Nossa carteira de crédito manteve a trajetória de crescimento saudável, para todos os perfis de clientes, e da mesma forma ampliamos as nossas receitas com serviços e seguros. Essa consistência foi potencializada pela jornada de transformação digital e cultural que estamos promovendo com foco na centralidade no cliente, disse Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, em nota.

No primeiro semestre de 2022, o resultado recorrente gerencial cresceu 16,2% e o retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido foi 1,7 p.p. maior. O efeito positivo do crescimento da carteira, associado à gradual mudança do mix para créditos relacionados ao segmento de varejo, levaram a um crescimento de 27,5% na margem financeira com clientes, explicou a companhia, em relatório de resultados do segundo trimestre.

A carteira de crédito do Itaú Unibanco considerando apenas o Brasil aumentou 25,4%, para R$ 876,2 bilhões. Levando em consideração os outros países em que o banco atua – principalmente na América Latina -, houve alta de 19,2%, para R$ 1084,1 bilhões.

O retorno sobre o patrimônio líquido (RoE, na sigla em inglês) médio do Itaú Unibanco considerando apenas as operações brasileiras cresceu 2,1 pontos porcentuais (pp) no segundo trimestre, para 21,6%, enquanto o RoE incluindo todas as operações aumentou 18,1 pp, para 20,8%.

O índice de inadimplência do Itaú no Brasil cresceu 0,3 ponto percentual (pp) no segundo trimestre, para 3,0%, em comparação com o registrado no mesmo intervalo de 2021, enquanto o índice de inadimplência total do banco subiu 0,4 pp no período, a 2,7%.

A despesa do Itaú Unibanco com provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentou 61,6% no segundo trimestre, para R$ 7,81 bilhões, e o saldo de PDD acumulado até o fim do período foi de R$ 51,35 bilhões, subindo 7,4% em relação a um ano antes.

CRÉDITO

O Itaú registrou avanço da carteira para pessoas físicas no Brasil, de 7,2% no trimestre, enquanto a carteira de cartão de crédito avançou novamente: o crescimento nesse trimestre foi de 8,0% relacionado com a maior utilização do produto como meio de pagamento.

Nesse trimestre o crédito pessoal cresceu 6,8%, sendo que o crescimento em crediário e cheque especial se concentrou nos segmentos Uniclass e Personnalité. A carteira de crédito imobiliário apresentou crescimento de 5,6% apesar do aumento da taxa básica de juros. O crédito consignado avançou 10,3% no trimestre em função do aumento da margem consignável e do incremento de operações com funcionários do estado de Minas Gerais.

“Esse aumento no volume de crédito foi a principal alavanca para o crescimento de 9,7% em nossa margem com clientes, que atingiu R$ 22,0 bilhões no trimestre. Além do volume, a margem com clientes também foi beneficiada pela continuada mudança de mix de produtos, com maior crescimento relativo de produtos com melhores spreads como cartão financiado e crediário. Também merecem destaque o impacto positivo da Selic em nossa margem de passivos e da taxa de juros pré-fixada em nosso capital de giro próprio, além de maiores spreads no crédito”, disse a administração do banco.

CUSTO DO CRÉDITO

O custo do crédito cresceu 60,6% no segundo trimestre e chegou a R$ 7,5 bilhões, por conta de, principalmente, crescimento de 61,7% na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), em razão da expansão contínua da carteira de crédito de varejo ao longo do período, da maior originação em produtos de crédito ao consumo e sem garantias e do aumento da carteira em atraso. A companhia também citou maiores despesas nos negócios de varejo no Brasil, relacionado ao crescimento contínuo da carteira de crédito, assim como também por um mix de crescimento mais concentrado em carteiras de crédito ao consumo.

A margem com mercado recuou no trimestre e ficou em R$ 0,7 bilhão, principalmente em função dos menores ganhos com a estratégia trading no Brasil.

As receitas de serviços apresentaram aumento em função das maiores receitas com cartões de crédito e débito (tanto emissor quanto adquirência), performance fee em administração de recursos e banco de investimento em função de um mercado de capitais mais ativo no segundo trimestre.

Como esperado, dada a sazonalidade do primeiro trimestre, as despesas não decorrentes de juros cresceram 4,0% na comparação trimestral, com maiores despesas administrativas.

O índice de eficiência no Brasil recuou 0,9 p.p. e atingiu 38,7%, enquanto no consolidado a redução foi de 1,0 p.p. e o índice ficou em 40,8%, e representam os menores indicadores da série histórica.

Mesmo considerando o atual ciclo inflacionário, mais uma vez reforçamos o compromisso do Itaú Unibanco com a eficiência mantendo a trajetória de crescimento de despesas abaixo da inflação. Neste último trimestre, atingimos o melhor patamar histórico do nosso índice de eficiência refletindo a combinação de disciplina na gestão de custos e entrega consistente de resultados sem abrir mão da nossa estratégia de investimentos nos negócios e em tecnologia. Alexsandro Broedel CFO do Itaú Unibanco, em nota.

BANCO ELEVA PROJEÇÕES ANUAIS

O Itaú Unibanco elevou as projeções para o ano de 2022 para os indicadores de carteira de crédito total, margem financeira com clientes, custo de crédito e receita de prestação de serviços e resultado de seguros.

Agora, o banco prevê crescimento na faixa entre 15,5% e 17,5% no consolidado da carteira de crédito total, de 9% a 12% anterior, e entre 19,0% e 21,0% no Brasil, de 11,5% e 14,5%.

A margem financeira com clientes consolidada deve crescer entre 25,0% e 27,0%, de 20,5% e 23,5% e no Brasil, na faixa entre 26,5% e 28,5%, de 22,0% e 25,0% anterior.

O custo do crédito deve ter alta entre R$ 28 bilhões e R$ 31 bilhões, em termos consolidados, e na faixa entre R$ 26-29 bilhões no Brasil. Antes a previsão era R$ 25-29 bi e R$ 23-27 bi.

O banco espera que a receita de prestação de serviços e resultado de seguros cresça entre 7% e 9% no consolidado e no intervalo entre 7,5% e 9,5% no Brasil, de previsão anterior de 3,5% a 6,5% e 4% e 7%.

O banco manteve os guidances de margem financeira com o mercado (entre R$ 1-3 bi e entre R$ 300 milhões e R$ 2,3 bi), despesas não decorrentes de juros (entre 3-7%) e alíquota efetiva de IR/CS (entre 30-33% consolidado e 31-34% no Brasil).

Por fim, a companhia disse considerar um custo de capital em torno de 14,5% ao ano na gestão de seus negócios.

DIVIDENDOS

O conselho de administração do Itaú Holding aprovou o pagamento de JCP (juros sobre o capital próprio), no valor de R$ 0,306500 por ação, com retenção de 15% de imposto de renda na fonte, resultando em juros líquidos de R$ 0,260525 por ação, que serão pagos em 30 de agosto, tendo como base de cálculo a posição acionária final registrada no dia 18 de agosto.