Lucro do Bradesco cresce 11,4%, para R$ 7,04 bilhões no segundo trimestre

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São Paulo – O lucro líquido do Bradesco aumentou 11,4% no segundo trimestre, para R$ 7,04 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 7,08 bilhões, subindo 11,4% em relação a um ano antes, refletindo o desempenho da margem financeira com clientes, das receitas de prestação de serviços, das operações de seguros, além do controle das despesas operacionais. E

“Evoluímos e nos transformamos a cada novo ciclo, reafirmando nosso propósito de criar oportunidades mesmo em um cenário ainda desafiador, com a inflação em patamares elevados, aumento das taxas de juros e conflitos geopolíticos”, comentou a administração do banco, no relatório de resultados do intervalo.

A carteira de crédito expandida do Bradesco aumentou 17,7%, para R$ 855,38 bilhões, com destaque para as operações de pessoas físicas, principalmente produtos de cartão de crédito e crédito pessoal e consignado. O valor considera empréstimos, avais, fianças, cartas de crédito, antecipação de recebíveis de cartão de crédito, debêntures, notas promissórias, coobrigação em cessões para certificados de recebíveis imobiliários e crédito rural, cédula do produto rural (CPR), certificados de recebíveis imobiliário (CRI), certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA) e fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC).

“Em linha com essa evolução e em um movimento já esperado dado o mix da carteira, que conta com operações mais rentáveis, e a alta nos juros/inflação as despesas com PDD e índices de inadimplência também apresentaram crescimento. A qualidade da carteira continua em níveis normais e rentáveis, mantendo bons índices de cobertura”, disse o Bradesco.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (RoE, na sigla em inglês) anualizadocresceu 0,5 pontos porcentuais (pp) no segundo trimestre, para 18,1%.

A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias cresceu 1 pp em relação a um ano antes, para 3,5% da carteira de crédito expandida.

A despesa do Bradesco com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade aumentou 52,4% no segundo trimestre, para R$ 5,31 bilhões, e o saldo de PDD acumulado até o fim do período foi de R$ 48,79 bilhões, subindo 9,9% em relação a um ano antes.

O presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse que o desempenho do período mostrou uma atuação consistente com os objetivos e desafios para o ano. A diversificação de nossas fontes de resultados e capacidade de administrar riscos nos permitiu operar com segurança, com foco em nossa estratégia e mantendo nossa capacidade de entregar bons resultados.

O banco destacou as receitas sobre prestação de serviços, que aumentaram 6,7% em relação ao segundo trimestre de 2021, e o crescimento do crédito, com alta de 17,7% na mesma comparação. No crédito para empresas, tem havido maior procura por operações de curto prazo, como o capital de giro, além de crescimento dos empréstimos para pequenas e médias empresas. Na pessoa física, a originação no crédito imobiliário foi menor, devido ao novo patamar de Selic, mas ainda crescemos 17,2% nos últimos 12 meses, comentou o presidente do banco.

A linha de financiamento ao consumo continua com bom crescimento, com destaque para as carteiras de cartão de crédito e crédito pessoal.

A inadimplência no trimestre cresceu 0,30 pontos porcentuais. A inadimplência aumentou com a normalização das condições de crédito, crescimento em linhas de maior margem e alguma piora nas linhas de varejo. Realizamos ajustes em nossos modelos ao longo dos últimos trimestres, assim devemos crescer em ritmo mais moderado, mas mantendo a rentabilidade de nosso portfólio.

Estamos com o balanço bem provisionado para o momento atual do ciclo de crédito, o que deve permitir a manutenção de um nível de retorno consistente.

Lazari destacou a evolução do desempenho em canais digitais. Temos grande foco em servir aos clientes de acordo com as suas necessidades, seja pelo digital ou rede de agências. Com isso temos tido evolução nos índices de satisfação e crescimento na base de clientes do Grupo, que chegou a 75,5 milhões.

Segundo Lazari, a gestão da eficiência é prioridade para os próximos trimestres. Neste trimestre mantivemos controle das despesas, mesmo com os investimentos que temos realizado. O crescimento de gastos no semestre ficou abaixo da inflação.

Para os próximos meses, o CEO disse que o banco vai manter a estratégia, mesmo com um cenário ainda provavelmente difícil no segundo semestre. “Manteremos disciplina na gestão de custos e continuaremos a investir em nossa evolução digital e no desenvolvimento e ampliação de equipes, como as de especialistas de investimentos e analytics, por exemplo. Nosso foco é servir os clientes e oferecer-lhes uma experiência cada vez melhor.