Lucro do Banco do Brasil cresce 55% no segundo trimestre, para R$ 7,8 bilhões

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São Paulo – O lucro líquido do Banco do Brasil aumentou 54,9% no segundo trimestre, para R$ 7,8 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 7,63 bilhões, subindo 38,0% em relação a um ano antes.

O lucro líquido ajustado foi recorde neste semestre, totalizando R$ 14,4 bilhões, crescimento de 44,9% comparado ao primeiro semestre do ano passado. O resultado foi influenciado pelo aumento da margem financeira bruta, pela diversificação das receitas com serviços e disciplina na gestão de despesas. Com isso, o índice de eficiência acumulado em 12 meses atingiu 33,2%, o melhor da nossa série histórica, explicou a empresa em seu relatório de resultados do segundo trimestre.

A carteira de crédito do Banco do Brasil aumentou 19,9%, para R$ 9195 bilhões. O valor considera carteira de crédito classificada adicionada das operações com títulos e valores mobiliários privados (TVM privados) e das garantias prestadas. O aumento foi explicado pelo forte crescimento em todos os segmentos.

“A carteira pessoa física ampliada cresceu 14,1% em relação a junho/21 e 2,1% frente a março/22, destaque para a performance positiva do crédito consignado (+2,3% no trimestre e +10,5% no ano), empréstimo pessoal (+3,5% no trimestre e +29,3% no ano) e cartão de crédito (+5,0% no trimestre e +51,7% no ano), alinhado à estratégia de alteração para um mix mais rentável.

Na pessoa jurídica, a carteira ampliada apresentou crescimento anual de 19,1% e trimestral de 4,9%, com destaque para o crescimento de capital de giro (+5,1% no trimestre e +6,5% no ano), TVM (títulos e valores mobiliários) privados e garantias (+4,5% no trimestre e +59,0% no ano) e recebíveis (+9,5% no trimestre e +59,1% no ano). Destaque para os desembolsos realizados no mês de agosto no Pronampe, que já somam mais de R$ 6,5 bilhões, beneficiando mais de 62 mil empresas.

O agronegócio segue performando muito bem. Em junho de 2022, a carteira ampliada atingiu R$ 262 bilhões, crescimento de 27,3% na comparação com junho/21 e 2,9 % sobre março de 2022, com destaque para o crescimento de certificado de direitos creditórios do agronegócio (+34,8% no trimestre e +463,4% no ano), da cédula de produto rural e garantias (+28,8% no trimestre e +74,4% no ano) e investimento (+4,7% no trimestre e +62,0% no ano). Importante ressaltar que 46% dessas operações são consideradas sustentáveis”, explicou o BB.

O retorno sobre o patrimônio líquido (RoE, na sigla em inglês) anualizado e calculado com base no patrimônio líquido contábil deduzido das participações minoritárias – que o Banco do Brasil chama de RSPL Mercado -cresceu 6,1 pontos porcentuais (pp) no segundo trimestre, para 20,6%, enquanto o chamado RoE Ajustado – que deduz participações minoritárias nas controladas e os planos de benefícios – aumentou 6,2 pp, para 20,5%.

O BB afirma que o RSPL reportado teve crescimento consistente que jáposiciona o banco no patamar dos pares privados.

A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias ficou estável, passado de 1,9% para 2% da carteira de crédito ampliada no trimestre.

A despesa do Banco do Brasil com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade aumentou 2,3% no segundo trimestre, para R$ 2,94 bilhões, e o saldo de PDD acumulado até o fim do período foi de R$ 44,1 bilhões, subindo 3,0% em relação a um ano antes.

Na mensagem da administração, o banco disse que “a elevação sustentável e saudável do crédito é um dos pilares do resultado apresentado, em todos os segmentos.”

O Banco do Brasil disse que índice de inadimplência acima de 90 dias é “menor do que a média do Sistema Financeiro Nacional e mantém nível de cobertura robusto, também acima da Indústria (271%).”

“Mais do que um resultado forte, o Banco do Brasil entregou um valor adicionado à sociedade de R$ 36,9 bilhões, um crescimento de 31,1% na comparação com o ano passado. A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição.”

O Indice de Basileia atingiu 17,54%, sendo 12,49% de capital principal, um dos mais sólidos entre os bancos brasileiros.

BANCO ELEVA PROJEÇÕES ANUAIS

O Banco do Brasil elevou suas projeções anuais para 2022 para os indicadores lucro, margem financeira bruta, carteira de crédito, receitas e PCLD ampliada.

Agora, o banco prevê lucro líquido ajustado em 2022 na faixa de R$ 27-30 bilhões, de R$ 23-26 bi anterior, tendo atingido R$ 14,4 bilhões no primeiro semestre (1S22), enquanto o a margem financeira bruta subiu para 13-17%, de 11-15%, sendo 12,2% no 1S22.

O guidance de crescimento da carteira de crédito para o ano agora é de R$ 12-16%, de R$ 8-12% anterior, com 20,8% realizados no 1S22.

A alta de receitas de prestação de serviços devem ser de 6-9%, de 4-8% e 9,1% realizado no semestre.

A meta de PLCD ampliada deve ser negativa entre R$ 17-14 bilhões, de R$ 16-13 bi anterior, com realização de R$ -5,7 bilhões no 1S22.

A projeção de aumento das despesas administrativas foi mantida na faixa de 4-8%, tendo alcançado 5,8% de janeiro a junho.