Lira defende discutir privatização da Petrobras

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur LIra (PP-AL). (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

São Paulo – A privatização da Petrobras e o papel que a empresa deve desempenhar no Brasil deveriam ser discutidos, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista a rádio CNN. Segundo ele, a empresa hoje trabalha para aumentar o lucro e a distribuição de dividendos, mas parte da sociedade espera que ela exerça outras funções.
“A Petrobras é empresa predominantemente pública, tem 51% das suas ações no govero federal, mas tem também parte de investimentos privados. O que existe ali é que há uma política que tem que ser revista, porque ela escolhe os melhores caminhos para performar recursos e para distribuir dividendos. Essa é a pergunta que tem que ser feita. Não seria o caso de privatizar a Petrobras? Não seria a hora de se discutir qual a função da Petrobras no Brasil?”, disse Lira.
Ele acrescentou que há um discurso predominante no Brasil de que não se deve vender a companhia porque ela é um patrimônio nacional, mas contestou até que ponto este patrimônio beneficia a população.
“Estamos tratando de monopólio absurdo do preço do gás e falta de políticas de investimento energético”, disse Lira. “Você não pode prospectar o gás a US$ 2 e botar no duto a US$ 10. Não pode reinjetar 50 milhões de metros cúbicos de gás com a discussão simples que o gás dá mais produção de petróleo do que a água”, disse Lira.
O presidente da Câmara também disse que a empresa preferiu não fazer investimentos em infraestrutura do setor de energia para pagar dividendos.
Ele negou haver discussão nos bastidores para alterar a política de preços da Petrobras para os combustíveis – que consiste em cobrar no mercado doméstico um valor sempre maior que o praticado no mercado externo – e descartou a existência de qualquer tentativa da classe política para modificar o comando da empresa.
“Não queremos desestabilizar política de preços nem diretoria da Petrobras. Queremos informações transparentes do que acontece”, disse Lira.