Líder de Hong Kong retira formalmente projeto de lei de extradição

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Por Cristiana Euclydes

São Paulo – A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, retirou formalmente o controverso projeto de lei de extradição, atendendo pela primeira vez a uma demanda dos manifestantes, que ocupam as ruas da cidade desde o início de junho.

Lam disse que os protestos geram violência e disrupções na cidade, e apresentou medidas para iniciar o diálogo com os manifestantes. “Primeiro, o governo vai formalmente retirar o projeto de lei para aliviar completamente as preocupações públicas”, disse ela, em comunicado televisionado.

O projeto de lei permitiria a entrega de acusados de crimes em Hong Kong para a China continental. Os críticos deste regulamento temem a entrega de dissidentes políticos a Pequim. Em 15 de junho, o governo suspendeu a lei controversa, mas havia recusando-se a revogá-la completamente.

No comunicado, Lam disse que o governo apoia o trabalho do Conselho Independente de Reclamações Policiais, e que indicou dois novos membros para o comitê. Além disso, ela afirmou que vai dialogar diretamente com as comunidades e que será aberta uma plataforma de investigação para examinara os problemas da sociedade e sugerir soluções.

Com a retirada formal do projeto de extradição, o governo de Hong Kong atende a uma das cinco exigências dos manifestantes. As outras quatro incluem a abertura de uma comissão de inquérito independente para investigar a conduta da polícia ao combater os protestos; a anistia a quem foi preso; o fim da caracterização dos os protestos como rebeliões; e o reinício do processo de reforma política da cidade.