Licenciamento total de veículos cresce 1,9% em setembro, na base anual

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São Paulo - Pátio de montadora em São Bernardo do Campo

São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 1,9% em setembro, para 197.739 unidades, ante 193.978 no mesmo mês de 2022. Ante o mês anterior, o indicador recuou 4,8%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado do ano, o licenciamento total de veículos somou 1.629.633 unidades, alta de 8,5% frente ao mesmo período de 2022.

Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves cresceram 3,7% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 187.464 unidades. Ante agosto, a queda foi de 4,8%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 1.534.842 unidades, alta de 9,8% frente ao mesmo período de 2022.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que o ritmo de vendas se mantém, o que afastou o temor de que haveria uma retração após o fim do programa de descontos do governo. A participação das vendas diretas passou de 48% em agosto para 52%, indicando que ainda há uma demanda reprimida por parte das locadoras. O mês teve a melhor média diária do ano, de 9,9 mil unidades, à exceção de julho, quando as vendas foram impulsionadas pelo programa de descontos do governo.

A venda de caminhões recuou 23,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 8.772 unidades e queda de 5,82% ante agosto. No acumulado do ano, por sua vez, houve queda de 15,2%, a 79.003 caminhões.

No setor de ônibus, os emplacamentos recuaram 8,4% em base anual, a 1.503 unidades. Em relação a agosto, a venda de ônibus cresceu 2,9%. No acumulado do ano, houve acréscimo de 32,6% a 15.788 unidades.

EXPORTAÇÃO

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 759.756 milhões em setembro, queda de 1% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve queda de 22,2%, segundo a Anfavea. No acumulado do ano, a receita com exportações cresceu 11,7%, chegando a US$ 8,473 bilhões.

Segundo a Anfavea, os números de embarques refletem a desaceleração dos mercados da Argentina (-16%) e Chile (-10%). No acumulado do ano, a queda nas exportações da Colômbia recuaram 32%) e para o Chile o recuo foi de 29%.

PRODUÇÃO

Em setembro, foram produzidas 198.804 unidades de veículos leves no Brasil, 5,2% acima que no mesmo mês de 2022. Na comparação mensal, houve recuou de 7,7%, de acordo com Anfavea.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 208.889 no mês passado, 0,5% superior em comparação a setembro de 2022 e 8% inferior em comparação a agosto.

No acumulado do ano, a produção total recuou 0,3% para 1.750.827 unidades, na comparação anual, enquanto a produção de veículos leves nos nove primeiros meses deste ano subiu 3% ante o mesmo período de 2022, para 1.663.707 unidades.

EMPREGOS

A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva recuou 3,3% na comparação com setembro de 2022, para 100.566 posições. O número é 0,4% superior na comparação com agosto, quando o setor fechou com 100.126 postos de trabalho, informou a Anfavea.

MARCO DAS GARANTIAS

O presidente da Anfavea também falou sobre a importância da aprovação do Marco Legal das Garantias. Segundo Leite, a lei vai trazer agilidade e redução de custos significativos para os bancos e para o poder judiciário.

“Custos mais baixo de crédito e uma oferta maior para o consumidor final serão muito importantes para alavancar o crédito no país. É um importante avanço para a redução do spread bancário”, destacou Leite.

O projeto de lei que cria o Marco Legal das Garantias foi à sanção presidencial após a Câmara dos Deputados aprovar o texto final nesta terça-feira (3). O texto amplia as formas do credor cobrar do devedor os bens dados como garantia de um empréstimo, como imóveis e veículos, além de permitir o uso de um mesmo bem em mais de um empréstimo.

Aprovado inicialmente em junho de 2022 pelos deputados, o texto foi modificado pelo Senado que acrescentou 50 emendas ao projeto. Dessas, 37 acabaram mantidas pelo Plenário da Câmara. Uma das emendas excluídas foi a que previa um serviço de gestão de garantias, que também faria a gestão de riscos, como a venda de bens quando a dívida fosse executada.

Entre as mudanças aprovadas, está a que permite o uso de um mesmo imóvel para a contratação de mais de um empréstimo com o mesmo credor. Por exemplo, se o imóvel valer R$ 100 mil e a dívida for de apenas R$ 20 mil, o proprietário poderá contrair novo empréstimo até o limite de R$ 80 mil reais que sobrou do valor da garantia. Atualmente, ainda que a dívida seja menor que a garantia, o devedor não pode contrair novos empréstimos.

PROJEÇÕES

A Anfavea revisou suas projeções para o ano, passando de 2,168 milhões de emplacamentos para 2,230 milhões, 6% acima na comparação com 2022. No início do ano, a Anfavea esperava uma alta de 3%. As vendas de veículos leves devem cresce 7,2% em relação a 2022. Já as vendas de veículos pesados (ônibus e caminhões) devem recuar 11,1% na comparação com o ano passado.

Para a exportação, a previsão no início de 2023 era de 467 mil veículos. Agora, o número é de 420 mil unidades, 12,7% menor na comparação com 2022. No início do ano, a Anfavea esperava uma queda de 2,9%. A exportação de veículos leves deve recuar 11,8% em relação a 2022. Já a exportação veículos pesados (ônibus e caminhões) deve recuar 24,8% na comparação com o ano passado.

As perspectivas para a produção recuaram em relação à previsão de janeiro, passando de 2,421 milhões de unidades para 2,372 milhões. No início do ano, a Anfavea esperava uma alta de 2,2% em relação a 2022. Agora, a entidade espera uma alta de 0,1% na produção na comparação com 2022. A produção de veículos leves deve crescer 3,2% em relação a 2022. Já a produção de veículos pesados (ônibus e caminhões) deve recuar 34,2% na comparação com o ano passado.

Com informações da Agência Brasil.