Itaú destaca gastos com pagamento por aproximação e vida fora de casa

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Fachada de agência do Itaú. (Foto: Thomas Hobbs/Flickr)

São Paulo – O Itaú Unibanco apresentou sua análise do comportamento de consumo, relatório sobre hábitos de consumo feito com base nas compras realizadas com seus cartões e nas vendas realizadas nos sistemas da Rede, empresa de meios de pagamentos do banco no primeiro trimestre de 2022.

O “novo normal” se reflete em hábitos do períodos pré-pandêmicos, mas que se intensificaram depois desse período – que exigiu mais cautela de todos. Um deles é o pagamento por aproximação: já existia, mas, segundo a análise do Itaú, deu um salto de 375% no valor transacionado na comparação com o mesmo período do ano anterior considerando as carteiras digitais, como Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay, além do pagamento com o cartão físico usando a tecnologia NFC. Isso porque não ter de tocar em nenhum aparelho passou a ser valorizado em período de vírus de fácil transmissão. Entre os estabelecimentos com mais uso estão Turismo e Eventos (+815 %) Drogarias (+628%); e Educação (+559%).

O Pix também avança na representatividade entre os meios de pagamento, com uma evolução de 262% no valor transacionado e 614% na quantidade de operações no período considerando transações realizadas de pessoa física (CPF) para pessoa jurídica (CNPJ). Atualmente, o Pix representa 11% das movimentações, com cartões de crédito tendo 62% e cartões de débito, 27%.

Os dois anos de restrições de circulação se refletiram agora em um aumento do consumo em segmentos que tiveram que ser pausados durante a pandemia. Os gastos em quadras esportivas, por exemplo, tiveram alta de 126% no valor transacionado no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período de 2021. E as quadras de beach tennis consideradas por muitos o esporte do momento, lideram esse movimento, com um aumento de 330% no valor transacionado e de 355% nas operações. O esporte, já consolidado nos estados do Sudeste, ganhou força nos primeiros meses de 2022 especialmente no Centro-Oeste e no Nordeste, com um boom no consumo. Ainda em relação às atividades esportivas, a pescaria também teve alta: um salto de 528% no consumo no período analisado pelo estudo.

As academias também têm recuperado o fôlego e apresentaram avanço de 76% no valor transacionado no primeiro trimestre do ano, superando os patamares de antes da pandemia (a alta foi de 29% na comparação com o mesmo período de 2019). O segmento foi especialmente impulsionado pela geração Z, que apesar de ter menor participação no consumo geral (5%), aumentou em 129% a quantidade de transações nesses estabelecimentos. A aposta na forma física também cresceu entre as gerações Y (+71%), Z (+70%) e Babyboomer (+64%).

A busca por lazer está em alta. Os teatros, tão prejudicados pelo isolamento social, agora veem suas salas de espetáculos voltando a encher. O setor teve um incremento de 526% no valor transacionado nos primeiros três meses do ano e 383% na quantidade de operações. O número ainda não supera o período pré-pandêmico, mas já está próximo. E os passeios nos zoológicos e aquários fizeram parte das atividades de entretenimento das famílias neste início de ano, com alta de 109% no valor transacionado e de 91% na quantidade de operações.

No segmento de educação, o consumo também mostra um movimento comportamental. Os gastos com materiais escolares cresceram 58% no primeiro trimestre na comparação com 2021, agora que as aulas voltaram ao presencial. Mesmo assim, os cursos online vieram para ficar e seguem em tendência de crescimento, com alta de 39% no intervalo analisado. Quando comparado com 2020, o aumento é de 88%.

DESTAQUES

Alguns segmentos apresentam destaque especialmente quando o consumo atual é comparado com o patamar registrado antes da pandemia. O setor de educação, por exemplo, teve alta de 51% no valor gasto em relação a 2020. O número de transações também evoluiu bastante, com aumento de 60% na comparação com 2020 e de 83% sobre os primeiros três meses de 2019.

O mesmo ocorre nos gastos com profissionais autônomos que inclui técnicos de tecnologia da informação, serviços gerais de construção e de manutenção , que tiveram demanda constante na pandemia. No primeiro trimestre de 2022, ante o mesmo período do ano passado, o aumento é de 30%. O número de transações feitas neste setor cresceu 76% na comparação com 2020, e teve um salto de 154% em relação a 2019. Entre as hipóteses para esse movimento, além do fato de que as pessoas estão mais tempo trabalhando em casa, está o aumento da oferta de profissionais para execução desses serviços no mercado, por conta do desemprego.

A compra em atacadistas também chama a atenção, com avanço de 43% na quantidade de transações em relação a 2020, e de 83% sobre 2019. O cenário inflacionário se destaca, com as pessoas buscando comprar mais barato, além de um aumento no número de profissionais liberais que trabalham com produtos alimentícios e fazem grandes compras no setor.

O valor transacionado no varejo continua superando os níveis pré-isolamento, com aumento de 28% no primeiro trimestre de 2022 ante o mesmo período de 2021. Na comparação com o mesmo período de 2020, o crescimento foi de 40%; sobre 2019, de 56%.

A quantidade de transações nos primeiros três meses de 2022 foi 29% maior do que as realizadas no mesmo período de 2021.

As compras no varejo físico representaram 77% do volume em faturamento no primeiro trimestre de 2022. Já a participação das transações online se consolidou em 22%, mas segue tendência de crescimento em níveis superiores ao período pré-pandemia. No ambiente físico, os gastos cresceram 26% no período analisado (comparando com 2019, o aumento foi de 42%). Já o valor gasto nas compras online avançou 38% neste último trimestre, obtendo crescimento consistente comparando com o mesmo período de 2020, a evolução foi de 84%, e ante 2019, o avanço foi de 126%.