Itaú BBA mantém visão otimista sobre JBS e Minerva e neutra sobre Marfrig e BRF

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Linha de processamento de carne de aves

São Paulo – Em relatório sobre proteínas as empresas do setor, o Itaú BBA manteve visão construtiva sobre JBS (preço-alvo de R$ 54,0 para JBSS3) e Minerva (preço-alvo R$ 20 para BEEF3), e permanecemos neutros sobre BRF (preço-alvo R$ 17 para BRFS3) e Marfrig (preço-alvo de R$ 26 para MRFG3).

A unidade da JBS dos Estados Unidos está sentindo seus resultados pressionados pelos spreads, e o preço do frango caindo cerca de 15%. Segundo informações da companhia, os produtos de menor valor agregado que representa um terço dos resultados da divisão está enfrentando tanto um problema de demanda, com um grande comprador reduzindo suas compras no mercado spot, quanto um obstáculo de oferta à medida que a produção de frango se recupera.

A Minerva está com todos os olhos no relatório do USDA agendado para quarta-feira, 12 de outubro. Embora vejamos Minerva sendo negociado com um desconto EV/ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)em relação aos níveis históricos, reconhecemos as preocupações dos investidores em relação às perspectivas de exportação para 2023, diz análise do BBA. O USDA está programado para publicar sua pecuária e aves na quarta-feira, quando deverá fornecer dados adicionais sobre a dinâmica de oferta e demanda na China.

Surpreendentes notícias de casos potencialmente relacionados à doença da vaca louca (BSE) na Bahia aumentaram a volatilidade dos estoques de proteína hoje. Em relatório mais recente, no entanto, foi afirmado que os casos não estavam relacionados ao vírus bovino , por isso o BBA descartou possíveis impactos para as empresas sobre as quais fazem cobertura.

“No entanto, os investidores questionaram os impactos de um potencial surto de BSE no Brasil após a suspensão das exportações de carne bovina durante o quarto trimestre do ano passado devido a problemas relacionados à BSE.”

Quanto à BRF, o consumo doméstico abaixo do esperado pode desacelerar a recuperação. “Os spreads de exportação permanecem em níveis crescentes, prolongando a tendência que dominou o 3T22. Embora esperemos uma recuperação contínua no mercado doméstico, o consumo mais fraco em setembro pode causar uma desaceleração na recuperação e levar a um desempenho mais fraco do que o esperado na divisão brasileira.”

A posição é neutra com relação às ações da Marfrig porque só no 2S22, as margens da Marfrig devem começar a se normalizar. “Embora os spreads estejam atualmente abaixo da média histórica, notamos a sazonalidade nos mercados dos EUA, com níveis em outubro geralmente abaixo do spread médio do ano”, diz o BBA, que continua cauteloso com a alavancagem da empresa daqui pra frente, dada a falta de clareza sobre as expectativas da empresa para as margens nos próximos anos.