Investimento em mineração e logística favorece modelo de negócios da Cosan, diz Fitch

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São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch Ratings avalia o recente anúncio da Cosan em investir em mineração e logística como neutro para as métricas de crédito da companhia, mas favorável para o seu modelo de negócios, pois contribuirá para uma maior diversificação a longo prazo com a entrada do grupo no negócio de minério de ferro.

“O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de minério de ferro, com participação relevante na pauta de exportações brasileiras. A Cosan é uma holding com subsidiárias que detêm posições de mercado relevantes em operações ferroviárias, produção de açúcar, etanol e energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar, distribuição de combustíveis, distribuição e comercialização de gás natural e lubrificantes”, disse o diretor da Fitch, Claudio Miori, em nota.

A agência avalia que o impacto nas métricas de crédito da Cosan é limitado pelo pagamento de R$ 720 milhões pela aquisição do Porto São Luis. “Com a companhia assumindo o desembolso total do montante em 2021, o impacto na alavancagem líquida ajustada pelos dividendos recebidos deve ser baixo, de 0,3 vez a 3,7 vezes, de 3,4 vezes projetado anteriormente para o final de 2021.”

No longo prazo, investimentos e recursos necessários para financiar a construção do porto e a entrada em operação das minas serão feitas pela nova JV, com pequeno aporte em dinheiro de seus acionistas.

A Fitch espera que a Cosan receba mais de R$ 2,3 bilhões em dividendos da Raízen e da Compass e pague R$ 500 milhões em dividendos aos seus acionistas em 2021 e reportar posição de caixa de R$ 2 bilhões em 31 de dezembro de 2021. Em junho de 2021, mais de 55% da dívida da Cosan vencia em mais de oito anos.

Em 23 de agosto de 2021, a Cosan anunciou que entrará nos setores de mineração e logística por meio da aquisição de 100% das ações do Porto São Luis, detido em 51% pela São Luís Port Company SARL, controlada pela China Communications Construction Company Limited (CCCC), sendo os 49% restantes detidos por acionistas minoritários. A sua subsidiária integral Atlantico como veículo para a aquisição.