Intenção de consumo cai em julho para mínima recorde, diz CNC

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São Paulo – O índice de intenção de consumo das famílias brasileiras caiu em julho pelo quarto mês seguido, a 66,1 pontos, o menor nível da série histórica iniciada em 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação mensal, o declínio foi de 4,0%, enquanto em termos anuais o declínio foi de 26,4%.

Os dados mostraram também que indicadores referentes ao mercado de trabalho continuaram piorando. A parcela de brasileiros que se sentem menos seguros com o próprio emprego renovou o recorde do mês passado (32,6%) e atingiu, em julho, o nível mais elevado da série (33,7%).

O item renda atual seguiu a mesma tendência negativa. Com recuos mensal (-5,9%) e anual (-26%), chegou a 78,9 pontos, o menor nível da série histórica. Pela primeira vez, desde setembro de 2017, a maioria das famílias considerou a renda pior do que no ano passado (40,7%, ante 37,9% em junho e 26% em julho de 2019).

A economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva, disse que os dados de julho reforçam que o mercado de trabalho foi afetado pela crise provocada pelo surto de covid-19, refletindo um aumento dos níveis de desemprego no Brasil.

“Essa insatisfação dos brasileiros com emprego e renda já está impactando as perspectivas em relação ao futuro profissional para os próximos seis meses”, disse a economista da CNC.

A perspectiva profissional para o próximo semestre também atingiu o menor patamar da história (67,6 pontos), após quedas nas duas bases comparativas (mensal -2,9% e anual -33,8%). O total de brasileiros que demonstraram uma percepção negativa nesse sentido também bateu recorde em julho (61,4%, contra 60,1% em junho e 43,7% em julho do ano passado).