Johnson diz que não pode garantir irreversibilidade de suspensão de restrições

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em pronunciamento à nação / Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street

São Paulo – O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que não pode garantir a irreversibilidade da suspensão de restrições sociais. Segundo ele, apesar de esperar que a liberação de bloqueios seja permanente, se uma variante ameaçar a saúde do povo, ele terá que agir.

“Não podemos garantir que o caminho que tomamos de suspender as restrições seja irreversível. Esperamos que seja. Mas o governo terá que responder a uma nova variante caso isso afete a condição do país”, afirmou ele em anúncio ao país.

A Inglaterra suspendeu quase todas as restrições em vigor contra a covid-19 em um momento no qual o mundo vê a disparada de casos diários associados à variante Delta – inicialmente detectada na Índia e que é entre 50% e 60% mais transmissível.

A partir de hoje na Inglaterra as máscaras e o distanciamento não são mais obrigatórios e os limites ao contato social foram suspensos, entre outras medidas anunciadas no início do mês por Johnson.

De acordo com Johnson, a abertura era “inevitável”. “Temos que pensar: se não hoje, quando?”, afirmou ele. Segundo o primeiro-ministro, a vacinação completa contra covid-19 não é 100% eficaz e alguns casos continuarão a aparecer enquanto a imunidade de rebanho não seja alcançada. Além disso, ele explicou que a vacina protege os imunizados de terem um quadro pior do que antes e não de, necessariamente, pegar a doença.

“É melhor que tenhamos essa fase de adaptação e criação de imunidade de rebanho no verão do que se esperássemos até setembro, quando o ano letivo já estaria começando e atrapalhasse todo sistema escolar”. afirmou ele.

O plano do governo britânico entra em vigor no momento em que o mundo volta a se preocupar com um surto do novo coronavírus. Nos Estados Unidos, a média de infecções diárias beirou 30.000 em sete dias encerrados na sexta-feira, acima de uma média de 11.000 casos por dia há um mês.

Cingapura registrou a maior taxa de infecções em 11 meses, enquanto a Tailândia teve o maior avanço de contaminações diárias. No Japão, mais atletas testaram positivo há poucos dias do início das Olimpíadas, enquanto na Europa a variante Delta segue se espalhando entre os não vacinados.

Diante desse cenário, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que continuará aplicando a exigência de uso de máscara no transporte público da cidade, apesar da nova orientação do governo de Johnson.

MEDIDAS DE RELAXAMENTO

Entre as medidas de relaxamento que entram em vigor a partir de hoje na Inglaterra estão o fim de limites para o contato social e a reabertura de todos os negócios. Isso significa que boates e outros locais de diversão noturna terão permissão para reabrir este mês, e não haverá limite de quantas pessoas podem se reunir.

Até então, apenas 30 pessoas podem se reunir ao ar livre, enquanto seis pessoas ou duas famílias podem se reunir dentro de casa.

Johnson disse que os planos do governo de permitir que os eventos ocorram não envolverão o uso de passaportes de covid-19 a menos que as empresas tomem a decisão de implementá-lo por si mesmas. No entanto, ele pediu “responsabilidade” a boates e estabelecimentos do tipo. “Espero que elas entendam que o melhor é pedir a garantia da vacina”, afirmou ele.

A exigência legal de usar máscaras também foi removida e, em vez disso, as pessoas estão sendo orientadas a exercer responsabilidade pessoal e fazer a escolha por si mesmas. A orientação para que as pessoas trabalhem em casa sempre que possível também foi descartada.

O auto-isolamento, segundo Johnson, continua, mas as pessoas totalmente vacinadas estarão isentas se um teste de contato for positivo.

Texto atualizado às 14h44.