Inflação deve durar mais que previsto, reitera Powell à Câmara

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que o crescimento da renda entre os norte-americanos no último ano não tem sido preocupante a ponto de acelerar a inflação, apesar de dizer que o aumento de preços se espalhou para quase todas as áreas da economia e deve durar mais do que o inicialmente previsto.

“O crescimento da renda nos Estados Unidos tem sido constante e é um ótimo sinal já que ela estimula o consumo. Ao mesmo tempo, não ocorreu em níveis preocupantes que poderiam motivar a pressão inflacionária”, disse ele em depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

De acordo com Powell, a alta inflação vista nos últimos meses indica que ela deverá ser mais persistente do que antes imaginado, tendo se espalhado para diversos setores.

“Antes, a pressão nos preços havia ocorrido devido às interrupções nas cadeias de entrega de insumos causadas pela pandemia. Agora, esse problema já se espalhou pro diversas partes da economia”, afirmou ele.

Segundo Powell, embora a maioria dos economistas veja as pressões sobre os preços diminuindo até meados do ano que vem, “não podemos agir como se tivéssemos certeza disso”. Assim, o Fed deve usar a política monetária “para abordar a gama de resultados plausíveis, não apenas o mais provável”.

Powell repetiu as afirmações feitas ontem durante seu depoimento no Comitê Bancário do Senado, dizendo que o Fed deverá aposentar o termo transitório, já que ele pode confundir os cidadãos. “Na nossa concepção, transitório quer dizer com pouco impacto na economia, mas percebemos que muitos esperavam um tempo curto nas pressões inflacionárias lendo nossos comunicados”, explicou ele.