Indústria cresce pelo 7º mês em novembro e apaga perdas da pandemia, diz IBGE

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Foto: Itamar Aguiar Palácio Piratini/IBGE

São Paulo – A produção industrial brasileira cresceu pelo sétimo mês consecutivo, em +1,20% em novembro em relação a outubro, mantendo o ritmo de recuperação ao acumular ganhos de 40,7% em sete meses apagando as perdas de quase 30% acumuladas entre março e abril, sob impacto da pandemia de coronavírus, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal ficou dentro do esperado, de +1,20%, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Já na comparação anual, a produção industrial brasileira subiu 2,8%, mantendo o ritmo de alta iniciado em setembro. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas, de +3,10%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com isso, a indústria nacional acumula perdas de 5,5% nos 11 primeiros meses de 2020 e de 5,2% nos últimos 12 meses até novembro.

Segundo o IBGE, a atividade industrial acumula crescimento de 40,7% em sete meses seguidos de alta, eliminando a perda de 27,1% registrada entre março e abril do ano passado, quando a produção do setor atingiu o nível mais baixo da série. Ainda assim, a indústria está 13,9% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011.

O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que o resultado de novembro de 2020 mostra a manutenção do quadro da indústria nos últimos meses. “O avanço é quase o mesmo do mês anterior e faz com que o setor siga ampliando o aumento com relação ao patamar pré-pandemia. E houve um predomínio no crescimento, ou seja, todas as categorias e a maior parte das atividades teve aumento”, observa.

A abertura do dado mensal mostra que houve alta em 17 das 26 atividades pesquisadas. Entre elas, a que exerceu a maior influência positiva, pelo sétimo mês seguido, foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (+11,1%), acumulando expansão de 1.203,2% no período, superando em 0,7% o patamar de fevereiro. Por outro lado, o ramo de produtos alimentícios (-3,1%) liderou os destaques negativos, acumulando queda de 5,9% nos últimos dois meses.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a outubro, bens de consumo duráveis cresceram 6,2%, enquanto bens de capital avançaram 7,4%, com as duas somando sete meses de ganhos. Já bens intermediários tiveram uma ligeira alta de 0,1% e bens de consumo semi e não-duráveis subiu 1,5%.

No confronto com igual mês de 2019, o setor industrial registrou resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 ramos pesquisados. O IBGE observa que novembro de 2020 teve a mesma quantidade de dias úteis do ano anterior.

Entre as atividades, a de máquinas e equipamentos (+15,9%), exerceu a maior influência positiva, seguido de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+4,9%), outros produtos químicos (+8,4%), bebidas (+11,2%) e produtos de metal (+13,6%). Na outra ponta, destaque para produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,7%).

Entre as quatro grandes categorias econômicas, houve queda apenas em bens de consumo semi e não-duráveis (-0,9%). Enquanto bens de consumo duráveis cresceram 2,7%, bens intermediários (3,6%) e bens de capital disparou 12,8%.