Indefinição sobre orçamento pesa e derruba Ibovespa

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Foto: energepic.com / Pexels

São Paulo – O pregão foi marcado por muita volatilidade pela manhã, com o Ibovespa operando entre perdas e ganhos. No início da tarde, o índice apresentou ligeira alta acompanhando o movimento das bolsas norte americanas, mas mudou de direção e fechou o dia com queda de 0,54%, aos 117.669,90 pontos.

As indefinições em relação ao Orçamento 2021 e a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o Senado instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o intuito de investigar as ações e omissões do governo federal em relação à pandemia da Covid-19 pautaram o pregão de hoje.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em forte alta de 1,79% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6740 para venda, em sessão de forte oscilação, acompanhando o exterior, onde a moeda ganhou terreno ante as divisas de países emergentes. Por aqui, rumores em relação ao Orçamento de 2021 pesaram no movimento de proteção do mercado doméstico. Porém, a moeda engatou a segunda semana de queda (-0,65%).

Na reta final da sessão, o dólar ganhou impulso em meio às informações publicadas pela Agência Estado (AE) de que o presidente Jair Bolsonaro pode sancionar o Orçamento de 2021 sem vetar as emendas parlamentares, de acordo com parecer da Câmara dos Deputados e do Senado.

Analistas reforçam que as incertezas em torno do orçamento, aprovado no fim de março do Congresso, têm provocado novas pressões no dólar, levando-o a se aproximar novamente dos R$ 5,70. “A grande preocupação é com o fato de estourar o teto de gastos. Acho difícil  Bolsonaro aprovar sem vetar nada em meio aos empecilhos jurídicos. E esse tema mexe muito com o humor do mercado”, disse o superintendente-executivo de câmbio do Banrisul, Verno Kirst.

Já as taxas dos contratos de juros futuros (DIs) acentuaram a alta na tarde de hoje e fecharam perto das máximas do dia acompanhando a apreciação do dólar em relação ao real em um dia no qual os investidores reagiram à indefinição sobre o Orçamento e à decisão do STF sobre a CPI destinada a apurar falhas na reação do governo à pandemia.

Ao final da sessão regular, o DI para janeiro de 2022 encerrou a semana com taxa de 4,725%, de 4,630% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 6,55%, de 6,39%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,28%, de 8,10% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,93%, de 8,74%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar à vista operava em alta de 1,9%, cotado na faixa de R$ 5,68.

No exterior, os principais índices do mercado de ações norte-americano terminaram o dia em alta, consolidando fortes ganhos em uma semana que foi marcada por comentários de membros do Federal Reserve (Fed) endossando a política frouxa do banco central norte-americano. O Dow Jones e o S&P 500 renovaram máximas no fechamento de hoje.

Confira a variação e a pontuações dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,89%, 33.800,60 pontos

Nasdaq Composto: +0,51%, 13.900,20 pontos

S&P 500: +0,77%, 4.128,80 pontos