Inadimplência será ponto de atenção nos resultados dos bancos, diz Ativa

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Imagem: Shutterstock

São Paulo – Após um bom primeiro trimestre, o segundo intervalo deve ser positivo para o setor bancário, que deve ser impulsionado por um crescimento expressivo na margem financeira bruta, sustentado pela expansão da carteira de crédito na comparação anual e aumento no spread bancário. Por outro lado, deve haver piora no custo de crédito, aponta a corretora Ativa Investimentos, em relatório com estimativas para resultados do segundo trimestre.

Os analistas Sergio Berruezo e Pedro Dietrich avaliam que como o aumento da carteira vem sendo impulsionado por linhas de maior risco no segmento Pessoa Física, esse fator em conjunto com o aumento do spread e endividamento das famílias fará com que a inadimplência aumente no período. “Sendo assim, esse trimestre será importante para vermos a aceleração da inadimplência e seus impactos no setor para os próximos anos. A combinação de todos os fatores supracitados deve permitir que os bancos divulguem lucros líquidos muito semelhantes ou levemente maiores em relação ao 1T22”, escreveram os analistas.

O Itaú Unibanco é a principal escolha da corretora no setor e a estimativa para esse trimestre é de crescimento de 3,6% em base trimestral no Produto Bancário, em função de um crescimento de 5,1% na Receita com Serviços e de 7,7% nas Receitas com Seguros, Previdência e Capitalização na mesma base de comparação. “Também esperamos aumento de 4,5% no Custo de Crédito e 2,6% em demais Despesas Operacionais. Com isso, o lucro líquido do banco deve apresentar aumento de 2,4%, enquanto o seu ROE deve ficar em 20,5%, 0,1 pp melhor em relação ao 1T22, diz a Ativa.

Para o Bradesco, a visão também é positiva. que esperas um resultado muito semelhante ao 1T22, com expansão de 3,0% QoQ na Margem Financeira Gerencial, que por sua vez, levará para um crescimento de 2,1% ante o trimestre anterior do Produto Bancário. Do lado negativo, espera umapiora mais significativa no custo de crédito, na casa de 6,8% ante o 1T22.

Para o Banco do Brasil, a análise destaca que o banco possui o maior índice de cobertura do setor, fora o melhor mix na carteira de crédito. Sendo assim, para o 2T22, projetamos crescimento robusto de 15,5% em base trimestral na Margem Financeira Bruta, impulsionando um aumento do Produto Bancário de 12,0% QoQ. Em decorrência da maior agressividade, deveremos ver um aumento significativo do custo de crédito, que vinha sendo bem menor que seus concorrentes. Com relação ao lucro líquido, esperamos mais um trimestre forte, com crescimento de 15,9% em base anual.

Para o Santander, a corretora aponta que o banco teve um 1T22 bem pior que os demais, com o custo de crédito aumentando consideravelmente nos últimos trimestres. Para o 2T22, continuamos projetando uma piora no custo de crédito, subindo 1,6% em base trimestral. Para o Produto bancário, devemos ver crescimento de 5,1% na mesma base, impulsionado pelo crescimento da Margem Financeira bruta, crescendo 5,2%. “Sendo assim, acreditamos que o banco ainda terá um trimestre difícil para suas margens”, avaliam.