Impacto do coronavírus na China é novo risco para perspectiva global, alerta Fed

735
Prédio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Washington. Foto: Divulgação/ Federal Reserve

São Paulo – As possíveis repercussões dos efeitos do novo coronavírus sobre a economia chinesa representam risco para as perspectivas norte-americanas, segundo relatório do Federal Rerserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ao Congresso do país.

O recente surgimento do coronavírus, que levou a quarentenas na China e a suspensão de viagens dentro e fora do país “poderia levar a rupturas na China que se espalhariam para o restante da economia global”.

O novo coronavírus já matou 636 pessoas e o número de contaminações já passa dos 31 mil casos, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China.

Ainda assim, o Fed afirma que a economia norte-americana segue sólida, com o ritmo de criação de vagas no mercado de trabalho capaz de absorver novos participantes na força de trabalho.

Mais cedo, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou que foram criadas 225 mil vagas em janeiro e que a taxa de desemprego subiu de 3,5% para 3,6%. Já o salário médio subiu 0,24% em base mensal e 3,11% em termos anuais.

O presidente do Fed, Jerome Powell, deve depor na terça-feira e quarta-feira da próxima semana no Congresso como determina a legislação norte-americana. Ele comparece no Capitólio duas vezes ao ano para dar explicações aos deputados e senadores sobre a condução da política monetária.

Na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juros na faixa entre 1,50% e 1,75% e sinalizou poucas razões para mudar os rumos da política monetária neste momento. Em 2019, os juros foram reduzidos em três ocasiões diante das preocupações com uma desaceleração mais acentuada do que o esperado no crescimento global e no investimento das empresas.

“Indicadores recentes fornecem sinais de estabilização. A desaceleração global na indústria e no comércio parece estar chegando ao fim e a atividade de serviços e os gastos do consumidor em todo o mundo seguem firmes”, diz o relatório.