Hapvida e NotreDame devem R$ 451,3 milhões ao SUS

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens

São Paulo – As operadoras de saúde NotreDame e Hapvida, que negociam uma fusão, devem R$ 451,3 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados públicos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A NotreDame deve R$ 229,6 milhões e a Hapvida, R$ 221,7 milhões e ambas apresentam o Indice de Efetivo Pagamento (IEP) em 0% – ou seja, não pagaram nada.

Uma outra dívida desponta no horizonte da NotreDame após notícia de que o seu fundador, Paulo Barbanti, entrou com um processo de arbitragem contra a operadora reivindicando o pagamento de R$ 454,1 milhões, segundo informações do jornal “Valor Econômico”.

Segundo o jornal, o montante representa cerca de 25% dos quase R$ 2 bilhões que a gestora de private Bain Capital concordou em pagar pela compra da operadora, em 2014.
Da dívida total, R$ 216 milhões referem-se a uma parcela que venceu em 20 de junho de 2020 e a outra parte ficou provisionada para possíveis contingências. Caso não fossem encontrados problemas, a quantia também teria que ter sido paga em 2020, segundo fontes.

A reportagem também informa que a parcela devida ao fundador informada pela companhia no balanço do terceiro trimestre era de apenas R$ 67,4 milhões, porém, essa quantia não foi paga. O caso está na Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC) e o médico é representado pelo escritório Sergio Bermudes Advogados.

Procurada pela reportagem da CMA, a NotreDame disse que não comenta essa notícia e que as comunicações do grupo sobre o assunto serão feitas pela área de relações com investidores por meio de fato relevante e comunicado aos acionistas.

Às 16h33 (horário de Brasília) os papéis da Notredame (GNDI3) registravam queda de 3,53%, a R$ 95,18. Já as ações da Hapvida (HAPV3) caíam 3,27%, a R$ 17,14.

Na última segunda-feira (11), as ações das companhias estiveram entre as maiores valorizações do Ibovespa após a confirmação de que as empresas negociam uma possível combinação de negócios, em uma operação de cerca de R$ 100 bilhões, que criaria mais uma gigante no setor, fazendo frente à Rede D’Or. Os papéis chegaram a subir 20% após a notícia da possível fusão e entraram em leilão na B3 com a divulgação dos fatos relevantes.